ENCONTRO DE COPENHAGUE

A Conferência que terminou mas não acabou

21 de dezembro de 2009

Mundo assistiu a um encontro muito mais político do que ambiental, por isso as cobranças continuam


O presidente Lula anuncia ajuda aos pobres e ofusca outros líderes


A frustração explícita do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, não é para menos. Lula garantiu que a delegação brasileira foi a Copenhagen otimista e até com um certo orgulho para dizer  que o Brasil assumiu o compromisso de reduzir as emissões de gases de efeito estufa entre 36,1% e 39,8% até 2020. No encerramento da conferência, Lula falou no plenário antes do presidente Barak Obama, e, emocionado, disse num bom português “saio daqui frustrado”. 


Cabo de guerra
Pode-se dizer que essaconferência mostrou ser um verdadeiro cabo-de-guerra diplomático entre países com interesses divergentes. O clima da conferência, dentro e fora do Bella Center (local do encontro), por várias vezes ficou muito tenso.  As negociações chegaram a ser interrompidas pelo bloco africano, que se mostrou insatisfeito sobre a atitude dos  países ricos, o que fez a presidente da Cúpula das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a dinamarquesa Connie Hedegaard, renunciar ao cargo. Do lado de fora, a frustração de muitas ONGs e ambientalistas isolados por terem sido barradas no encontro e por não verem resultados concretos e satisfatórios.


Ministro Carlos Minc fala à imprensa


Amazônia: a bolsa floresta
Durante a COP 15, houve muitos encontros paralelos entre eles o encontro com os governadores da Amazônia com o ministro do meio ambiente Carlos Minc. O governador do Amazonas, Eduardo Braga, com seu fiel de políticas ambientais, Virgílio Viana, presidente da Fundação Amazônia Sustentável, participou de vários encontros paralelos. Apresentou o programa Zona Franca Verde em conjunto com o “Bolsa Floresta” como importantes componentes da redução do desmatamento ocorrida no Amazonas nos últimos anos.  Falaram Virgílio Viana e Eduardo Braga, com comentários ao  final de Paulo Adário, presidente do Greenpeace no Brasil.
Entre os participantes, comentava-se a nova postura do Greenpeace: a ONG conhecida pelas suas ações espetaculares participando de um painel com autoridades ao invés de estar acorrentado a árvores. Amadurecimento? Com certeza. A governadora Ana Julia Carepa, do Pará, (junto com o Mato Grosso o estado da Amazônia mais degradado pelo desmatamento) culpou as “gestões anteriores”, e fez, até em tom de orgulho uma breve apresentação de seu trabalho administrativo. Sobre a Amazônia, o presidente Lula disse que a região é um grande patrimônio dos povos que a habitam e isso justifica o compromisso do Brasil em reduzir seu desmatamento em 89% ate 2020. Lula disse tambem que o combate a mudança do clima não pode fundamentar-se na perpetuação da pobreza.


Os governadores: Eduardo Braga , Ana Júlia Carepa e Arnold Schwarzenegger