Mistério e Sedução

Fotografia: biodiversidade brasileira em imagens

21 de dezembro de 2009

Colombini lança o primeiro guia de fotografia de natureza

E N T R E V I S T A – Fábio Colombini


Folha do Meio – Como surgiu este novo livro?
Colombini – Tempo para nascer e tempo para morrer. Tempo para plantar e tempo para colher. Tempo para calar e tempo para falar. Como nos diz o Eclesiastes, há tempo para tudo. Nesses quase 30 anos que lido com fotografia de natureza, dos quais 22 profissionalmente, tive várias solicitações para palestras, workshops, aulas em faculdades, mas sempre priorizei as viagens e produções fotográficas. Agora, recebi o convite da Editora Photos para colocar minha experiência num livro. Pensei no tempo de aprender e no tempo de ensinar. E assim surgiu essa obra, escrita em muitos estados do Brasil, hotéis, aeroportos, aviões, ao longo da produção fotográfica do livro Jardins Botânicos do Brasil, a ser lançado ainda esse ano pela Editora Metalivros.


FMA – Não tem livros de natureza o bastante…
Colombini – Não! E faltava no mercado um livro que falasse da fotografia de natureza brasileira escrito por um brasileiro, abordando as particularidades, virtudes e dificuldades de nossos ecossistemas. É contraditório imaginar um país tão grande como o nosso, detentor de megabiodiversidade, num momento histórico crítico para o meio ambiente, que haja poucos fotógrafos dedicados a essa área.


FMA – Como é a vida de um fotógrafo no Brasil?
Colombini – O fotógrafo brasileiro de natureza tem sido um idealista. Levado pelo amor ao meio ambiente, abraça causas ecológicas, enfrenta muitas dificuldades e obstáculos para exercer sua profissão e se manter financeiramente. Nossa atividade costuma ser pouco reconhecida frente a tantos benefícios que traz ao país, como conhecimento científico, educação ambiental, incremento do turismo, instrumento para conservação e denúncia, expressão artística, terapia para equilíbrio emocional. Enfrentamos adversidades do tempo, doenças tropicais, desconfortos, estradas ruins, caros equipamentos. Pior: e ainda hoje barreiras para fotografar em unidades de conservação – motivos pelos quais foi criada neste ano a AFNATURA, uma união da categoria em prol da atividade fotográfica.


FMA – Como é o livro?
Colombini – O livro procura abordar muitas questões relativas à fotografia de natureza, de ordem prática e teórica, para fomentar uma postura ética, uma visão diferenciada, uma atitude profissional. Nele são enfocados aspectos técnicos como equipamentos, acessórios, luz, abordagem de animais, características dos ecossistemas, dicas para iniciar na profissão, assim como questões de beleza e sensibilidade.


FMA – É um livro definitivo sobre o tema?
Colombini – Certamente não tenho a pretensão de esgotar o assunto, mas sim abrir caminho para novas e necessárias obras que meus colegas fotógrafos produzirão. Destaco que não é uma referência apenas para os fotógrafos que desejam seguir a especialidade de natureza, mas para todos que de forma amadora querem obter melhores resultados em suas fotografias. Sinto-me agraciado por ter participado de tantos projetos fotográficos de natureza. Próximo de lançar este guia no dia em que completo 45 anos, concluí que tenho responsabilidade de ensinar, mas que preciso continuar a aprender …


“Sinto-me agraciado por ter participado de tantos projetos fotográficos de natureza. Ao completar 45 anos, concluí que  tenho responsabilidade de ensinar. Mas preciso continuar a aprender…”



 Editora Photos
www.fabiocolombini.com.br



Vista do Morro do Pai Inacio
 Chapada Diamantina – Lençois-BA


 



 


 Broto de samambaia (báculo) no Parque Estadual Carlos Botelho  São Miguel Aracanjo-SP


 


 


 



 


Besouro
Chrysomelidade
sobre flor de
manacá-
da-serra na
Mata Atlântica 


 


 


 


Ninhal do Rio Vermelho – Passo do Lontra-MS – Pantanal


 


 


 Jacaré-do-pantanal entre alfaces-dágua- Miranda-MS – Pantanal


 


 


 


 


Suçuarana espreguiça no
Zoológico de Brasília-DF