Editorial

CARO LEITOR

23 de abril de 2010

O clima e a democraciaNada mais democrático, nada mais igualitário do que o clima. O tempo chuvoso, a tempestade ou um belíssimo dia de Sol independe da força política, da força do dinheiro e muito menos do poder dos canhões. Fico imaginando se o homem tivesse o poder de fazer chover. O ditador ordenaria que… Ver artigo

O clima e a democracia
Nada mais democrático, nada mais igualitário do que o clima. O tempo chuvoso, a tempestade ou um belíssimo dia de Sol independe da força política, da força do dinheiro e muito menos do poder dos canhões. Fico imaginando se o homem tivesse o poder de fazer chover.
O ditador ordenaria que chovesse no dia que fosse plantado o jardim de sua casa. Final de campeonato? Ih! Os cartolas, sempre mandões e poderosos, não permitiriam que chovesse. Amanhã tem desfile militar: o comandante mandaria baixar uma Ordem do Dia para não chover. O rei da soja pagaria para chover logo que a leguminosa começasse a brotar. E, diante da buraqueira que são as estradas brasileiras, pagaria de novo quando iniciasse o transporte da fazenda para o porto. Assim, chuva e Sol estariam à disposição de quem pode mais… Ainda bem que naõ é assim. O máximo que podemos fazer – e já é muito – é cuidar do planeta, dos rios, do clima e das florestas para que o regime de chuva fique dentro do calendário de Deus e evite os eventos extremos que temos visto por aí.
Mas tem uma coisa que os poderosos, os políticos, os ditadores, os sultões, governadores e prefeitos – são eles que mandam –  podem fazer para que as chuvas sejam apenas bênção dos céus e não tragédias na terra: acabar com descaso, com a omissão, com a demagogia e com obras eleitoreiras. Ninguém tem que pedir a Deus para mudar o local das chuvas, tem é que pedir mais seriedade para os governantes.