Coluna do Meio
21 de maio de 2010[email protected]
Vale quanto pesa
? A mineradora Vale – que não é mais nem Rio e nem Doce – acaba de criar um Fundo para dar suporte financeiro a seus projetos ambientais.
? Na pauta, combate ao desmatamento e à degradação na Amazônia. O Fundo da Vale programa investir nos próximos três anos R$ 51 milhões.
? ONGs beneficiárias: Imazon, IFT, TNC, Imaflora, IEB, Instituto Peabiru e ISA. Cada ONG tem que dar uma contrapartida de 20%.
Em Tempo…
? A Vale vai investir 5 bilhões de dólares para acelerar o projeto de minério da ferro na Guiné-África.
? A intenção é priorizar os negócios no exterior…
? Motivo nada explícito: a demora na obtenção de licenças ambientais no Brasil.
? Licença ambiental na Guiné é mais fácil.
Lula quer briga
? O presidente Lula convocou lideranças paraenses a se engajar em uma “briga nacional” em defesa da usina de Belo Monte.
? Lula condicionou o desenvolvimento local à implantação da hidrelétrica.
? Justifica que a energia levará mais indústrias à região amazônica, historicamente fornecedora de matérias-primas como minério de ferro, madeira e bauxita.
Energia nuclear
no Nordeste
? A missão será cumprida até o final do semestre.
? A Eletronuclear, mãe da energia nuclear no Brasil, conclui estudo que indica os locais de usinas nucleares no Nordeste. A previsão foi feita ontem pelo presidente Othon Luiz Pinheiro da Silva ao chegar para audiência pública na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara.
? As usinas ficarão às margens do Rio São Francisco, pois os reatores necessitam de água para se refrigerar.
? Os vários governadores da região disputam o investimento, estimado em US$ 8 bilhões.
A realidade das mudanças climáticas
? Cientistas integrantes da Academia de Ciências dos EUA defenderam a teoria das mudanças climáticas e classificaram de “dogmáticos” aqueles que negam a existência do problema “potencialmente catastrófico”.
? Em artigo “As mudanças climáticas e a integridade da ciência”, 255 cientistas afirmam que “existem provas consistentes de que os seres humanos estão mudando o clima de uma forma que ameaça nossas sociedades”.
? Os cientistas condenaram os ataques políticos contra os estudiosos que alertaram para as consequências do aquecimento global.
Sangue Yanomami
? A polêmica do sangue dos Yanomami continua.
? Tudo começou em 1967, quando uma equipe liderada pelo geneticista James Neel e pelo antropólogo Napoleon Chagnon recolheram mais de duas mil amostras de sangue Yanomami no Brasil e na Venezuela.
? Patrick Tierney escreveu, em 2000, o livro “Trevas no Eldorado” e fez uma denuncia grave: as pesquisas não tinham o consentimento dos índios.
? O jornalista Tierney levantou uma das maiores controvérsias éticas e científicas da antropologia.
Daí, a polêmica tomou corpo. Sob pressão dos Yanomami, o Ministério Público de Roraima deu início, em 2005, a uma ação para recuperar as amostras.
? Agora os índios querem o sangue de seus antepassados de volta e preparam um funeral para descartá-las.
? Os índios acham inconcebível que partes de pessoas que não existem mais fiquem zanzando por aí, de geladeira em geladeira.
“Esse material é precioso para a nossa história. A devolução é errônea, mas temos de respeitar”.
Do geneticista Francisco Salzano, colaborador de James Neel, que garante que a coleta de sangue dos Yanomami foi feita de modo absolutamente ético.
Pará em três estados
? Dividir o Pará a fim de criar dois novos estados ? Tapajós, no oeste, e Carajás, no sudeste – significa uma redução no tamanho para multiplicar muito as despesas.
? Imagina mais dois palácios de governo, duas Assembléias Legislativas e seus deputados estaduais, duas novas estruturas de Justiça, mais seis senadores e não sei mais quantos deputados federais.
? Os técnicos fizeram a conta: criar mais duas máquinas públicas completas custariam boa percentagem do PIB do atual Pará.
? Mas é tudo que os políticos querem…