Semana do Meio Ambiente

BOSQUES MODELOS

16 de junho de 2010

Encontro em São Lourenço (MG) discute o modelo de florestas preservadas e lucrativas

O prefeito de São Lourenço José Sacido Barcia Neto (Zé Neto), a  gestora ambiental Janimayre Forastieri, o Secretário José Carlos Carvalho e Sidney Cabizuca, presidente do Departamento de Turismo de São Lourenço.


 


A reunião foi aberta pelo Secretário Estadual de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de MG, José Carlos Carvalho, e pelo prefeito de São Lourenço, José Sacido Barcia Neto. A cidade sede do evento não dispõe de grandes áreas verdes, pois é um dos menores municípios do País, com aproximadamente 57 Km², mas abriga inúmeras fontes de águas minerais gasosas, uma raridade natural. A preservação das matas existentes é fundamental para o aqüífero.


 


A exemplo, a Floresta modelo (bosques) : Mata Atlântica


 


Mata Atlântica
O seminário e a reunião integraram a Semana do Meio Ambiente, organizada pelo Departamento de Meio Ambiente da prefeitura e pelo Serviço Autônomo de Turismo (Servtur).  A Rede Ibero-americana reúne-se a cada seis meses para discutir e apresentar experiências bem sucedidas de florestas que desenvolvem atividades sustentáveis em benefício da comunidade.
De acordo com Laura Lago, coordenadora do Núcleo de Compensação Ambiental do IEF, as reuniões da rede são fechadas para os técnicos e cientistas que representam os países membros. A realização do seminário foi uma proposta do governo do Estado para divulgar esse conceito para um público maior.
As Florestas Modelo da Mata Atlântica e de Pandeiros, no município de Januária, em  Minas Gerais são as únicas do Brasil. Mas, segundo Laura Lago, “o governo de Minas tem diversas propostas para implantação de florestas modelo, no bioma Mata Atlântica e algumas experiências já estão sendo desenvolvidas nesta região, nos municípios de Extrema e Baependi”, disse.
Para o secretário José Carlos Carvalho, que já foi ministro do Meio Ambiente, as florestas modelo estabelecem uma nova base conceitual de desenvolvimento. De acordo com Carvalho, a preocupação com a conservação das florestas está contemplada nas diversas convenções internacionais, como a da Biodiversidade e a das Mudanças Climáticas. Nos entanto, é necessário estabelecer, entre os países, uma unidade na abordagem da questão. “A grande riqueza das Américas está associada aos ecossistemas florestais e o continente tem de se tornar protagonista nas convenções mundiais para conservação da natureza”, afirma. A criação de florestas modelos inclui, entre outras coisas, a definição de corredores ecológicos e o ordenamento do território para o desenvolvimento de diversas atividades econômicas sustentáveis, conservando a floresta, mas garantindo o sustento das comunidades que vivem nesse território. “É um trabalho de gestão do território que inclui todos os seres que habitam o local”, diz o presidente do Diretório Regional da Rede Iberoamericana de Bosques Modelo, o chileno Ronnie de Camino.Nas reuniões técnicas foram relatadas e analisadas as experiências desenvolvidas. Depois disso, os técnicos fizeram uma visita de campo a Baependi, onde a organização da sociedade civil de interesse público (Oscip) Amanhágua desenvolve, em parceria com o IEF, o programa de Viveiros Familiares.


Programa de Viveiros Familiares


O programa busca, de uma forma inovadora, manter o homem no campo, gerando benefícios sócio-ambientais às famílias rurais envolvidas. Os agricultores recebem treinamentos específicos para a produção de mudas e o material adequado para o trabalho, como carriola, pá, enxada, adubo, peneira e sacos plásticos (fitocelas) para mudas. Essas mudas são vendidas para o plantio no Projeto de Reflorestamento, na modalidade de Bosques de Produção. Em 2008, segundo informações da Amanhágua, foram produzidas, comercializadas e plantadas 650.000 mudas pelo Programa de Viveiros Familiares, envolvendo 42 famílias rurais.
O programa de Viveiros Familiares, aliado ao Promata – programa de recuperação da Mata Atlântica – está recuperando a paisagem do município. As encostas, aos poucos, são recobertas de vegetação nativa e o plantio de Candeia, para fazer moirões, cabos de enxada e óleo estão garantindo a preservação da mata nativa. Baependi, cidade onde viveu e morreu no século 19 Nhá Chica, conhecida como a Santa de Baependi, fica a pouco mais de 30 Km de São Lourenço e possui um território extenso cortado pelos rios Baependi, Piracicaba e Gamarra, da Bacia do Rio Grande. Inúmeras cachoeiras e praias ribeirinhas atraem, a cada ano, mais turistas em busca da beleza das montanhas e dos rios e que também movimentam a economia da cidade.