Folha do Meio Ambiente

Já disseram que quando as pessoas são crianças amam as nuvens, mas quando adultas param de olhar para o céu. Também já disseram que o céu é a melhor galeria de arte que existe.
 Do meu quintal, fico apreciando e aplaudindo o espetáculo que o pássaro todos os dias proporciona. Pensamentos surgem e me fazem egoísta, desejando que aquelas representações sejam exibidas somente para mim.
Teria que caçá-lo e prendê-lo, armar um circo de lona fantasiosa e ser o único espectador proprietário. Entretanto, a realidade de vivência se faz mais forte através dos meus ideais e costumes, mostrando que a ave cessaria seu voo caso a liberdade lhe fosse tirada. Prefiro deixar que fique desbravando o espaço azul ou acinzentado, buscando uma aurora de sobrevivência.
Apesar destas maravilhosas exibições, cedo ou tarde ele terá que aninhar-se em algum lugar para descansar, saciar sua sede e fome. Tomara que seja em meu quintal, assim poderia admirá-lo mais de perto, embora com uma atuação diferenciada e limitada pela precariedade do local.
Seria um espetáculo ao ar livre, que não perturbasse e nem o deixasse com medo de perder suas cores. Poderia até arraigar um ninho, longe das ameaças que impediria a sobrevivência de sua prole. Não haveria nuvens como cenário, mas também por aqui o vento sopraria suas finalidades e todos seriam capazes de reconhecer as figuras expostas e porque elas existem.
Meu quintal não tem nada de especial, não serve de comparação para qualquer outra situação. O pouco que ele mostra é o muito angariado até o momento e que está baseado no trabalho, honestidade e liberdade.
Se o pássaro frequentasse o meu quintal, seria aceito com afetividade e proteção, podendo viver e desenvolver seus dotes vocais sem medo de ser feliz.