Áreas de restinga

AMAR, um projeto de restinga

20 de setembro de 2010

Preservação das áreas de restinga da Fortaleza de Santa Cruz, em Niterói-RJ

As vegetações de restinga são típicas de regiões litorâneas e, por isso mesmo, são perfeitamente adaptadas às adversidades das áreas costeiras.


 


 


Desde julho de 2009, a vegetação típica das áreas de restinga em Niterói estão sob proteção. O Projeto AMAR  Áreas de Meio Ambiente de Restinga teve início no entorno da Fortaleza de Santa Cruz. A Fortaleza já foi o principal ponto de defesa da Baía de Guanabara no Brasil Colonial. Hoje é guardada pela Artilharia Divisionária da 1º Divisão do Exército Brasileiro e recebe turistas durante o ano inteiro.
As vegetações de restinga são típicas de regiões litorâneas e, por isso mesmo, são perfeitamente adaptadas às adversidades das áreas costeiras. A proximidade com o mar favorece essas condições. Espécies nativas como mandacarus, cajueiros, jacitaras, gravatás e quixabeiras estão sendo beneficiadas com este projeto, que é uma parceria entre a Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Niterói (SMARH) e o Exército Brasileiro. A expectativa é que ao todo sejam plantadas 60 mil mudas de espécies nativas nas encostas da área onde fica a Fortaleza. Além disso, são desenvolvidas ali atividades de educação ambiental e trabalhos científicos da ave-flora. Também será elaborado um guia das plantas nativas de restinga do município.
O reflorestamento da área foi dividido entre o Exército e a SMARH. Os técnicos da Secretaria fizeram a cessão das mudas e ficaram encarregados de dar todo o apoio necessário. Já os militares são responsáveis pelo plantio.
A idealização do projeto surgiu devido à necessidade de se preservar um dos ecossistemas mais ameaçados de Niterói. O projeto prevê não somente a recuperação das restingas, mas também a manutenção das áreas que forem reflorestadas. Isso será feito por meio de um monitoramento preventivo.
De acordo com os técnicos, as folhas devem sofrer um desbaste manual para que não diminua a perda de água para o ambiente ao redor. As mudas passarão por um controle fitossanitário, o qual avalia a presença de formigas cortadeiras e, ao mesmo tempo, o vigor da vegetação. (BFB)


As restingas e a preservação


Beatriz Fernandes Barros,
de Niterói


Segundo a Resolução do Conama 303/02, as áreas de restinga são consideradas de preservação permanente e prioritárias para conservação. Ecologicamente falando, a restinga é um ecossistema costeiro determinado pelas condições edáficas (solo arenoso) e pela influência marinha.
A Flora característica das restingas apresenta algumas espécies endêmicas, embora grande parte de suas plantas possa também ser encontrada em outros ecossistemas. Nas areias predomina a vegetação herbácea, bem flexível devido aos ventos fortes. À medida que se afastam do mar, os pequenos arbustos se transformam em árvores e vão se misturando ao resto da vegetação.
A fauna das áreas de restinga é formada basicamente por aves migratórias e residentes, como macuco, quero-quero, araponga, saíra, tucano e bem-te-vi. Mais um bom motivo para se preservar essas áreas, pois os animais as utilizam como local de pouso, alimentação, reprodução, dormitório e rota de migração. Também fazem parte deste ecossistema os pequenos mamíferos, répteis e anfíbios. As tartarugas marinhas, por exemplo, utilizam essas áreas anualmente para reprodução e desova.
As espécies da fauna e flora que vivem ali são capazes de suportar alto grau de salinidade, extremos de temperatura, fortes ventos, escassez de água, solo instável e grande insolação. Como se não bastasse, as restingas cobrem todo o litoral brasileiro, justamente onde há maior especulação imobiliária. Só por isso (tudo) elas merecem nossa proteção. Então, sejam bem vindos os projetos que visam assegurar sua sobrevivência!




 


 


 


 


 


A Secretaria  de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Niterói e o Exército esperam plantar 60 mil mudas de espécies nativas nas encostas da Fortaleza de Santa Cruz.