O potencial escondido no fundo do mar no combate às mudanças climáticas.
13 de dezembro de 2010Durante séculos, depósitos de carbono vêm sendo armazenados em enormes quantidades ao longo das áreas costeiras no mundo todo. Isso inclui manguezais, bancos de gramas marinhas e marismas (terrenos lamosos ou alagados à beira mar). E esses depósitos fornecem uma ferramenta imediata de baixo custo para conter os impactos das mudanças climáticas.A questão é: estamos… Ver artigo
Durante séculos, depósitos de carbono vêm sendo armazenados em enormes quantidades ao longo das áreas costeiras no mundo todo. Isso inclui manguezais, bancos de gramas marinhas e marismas (terrenos lamosos ou alagados à beira mar). E esses depósitos fornecem uma ferramenta imediata de baixo custo para conter os impactos das mudanças climáticas.
A questão é: estamos perdendo nossas principais reservas de carbono ao longo das zonas litorâneas? A resposta entre todos os cientistas é unânime: Sim! Questões como essa foram levantadas no evento “Carbono Azul: valorando a mitigação de carbono pelos ecossistemas marinhos costeiros”.
Este é o pensamento da Conservação Internacional em parceria com a União Mundial para a Conservação da Natureza (IUCN) durante a COP-16 – Convenção da ONU sobre Mudanças Climáticas, no México.
Carbono Azul
O nome “carbono azul” vem da sua habilidade de sequestrar e armazenar enormes quantidades de carbono. Para os cientistas, os depósitos totais de carbono por quilômetro quadrado nesses sistemas costeiros podem ser até cinco vezes mais que o carbono armazenado nas florestas tropicais. Ou seja, sua capacidade de sequestrar carbono é 50 vezes maior que a das florestas tropicais.
Emily Pidgeon, diretora do programa Marinho de Mudanças Climáticas da CI diz que os manguezais, os marismas e os bancos de gramas marinhas são incrivelmente eficientes no armazenamento de carbono no sedimento abaixo do solo, e completa: “Para nós, é tão natural que os oceanos devam ser parte da solução da mudança climática, que chega a ser até surpreendente que eles não tenham sido considerados até hoje”. Cerca de 2% dos ecossistemas costeiros estão sendo destruídos por ano no mundo. Os cientistas também chegaram a outras conclusões:
– 29% dos bancos de gramas marinhas foram destruídos ou degradados
– 35% dos manguezais foram perdidos ou degradados
– 35 mil km² de manguezais foram removidos ao redor do mundo entre 1980 e 2005, o que equivale a uma área do tamanho de Taiwan.
Para Pidgeon, a perda dos manguezais é um duplo golpe ao planeta, porque a rápida emissão de carbono muitas vezes é resultado de séculos de depósitos com perda de oportunidades de futuros seqüestros de carbono nessas áreas. Também porque destrói habitats críticos para atividades de pesca.
A perda dos manguezais é um duplo golpe ao planeta. O grave é que 2% dos ecossistemas costeiros estão sendo destruídos por ano em todo mundo.