Coluna do Meio

15 de fevereiro de 2011

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“É na infraestrutura das cidades, nos subterrâneos das ruas, nas periferias longe dos holofotes, nas várzeas de rios, nas encostas de morros e nos aterros sanitários que reside a nova lógica das políticas públicas”.
    
Ricardo Young


 


Cuidado com o andor… o santo é de barro
* Muito cuidado quando as rodovias e as ferrovias começarem a rasgar as florestas.
* O governo planeja, para os próximos quatro anos, construir 1.601 km de rodovias e outros 2.615 quilômetros de ferrovias, alguns dos quais cortando áreas totalmente preservadas de floresta dos estados de Rondônia, Roraima, Tocantins, Mato Grosso e Pará.
* O Ministério dos Transportes ainda não tem ideia do impacto ambiental que as novas vias vão provocar.
* Mas o custo, o MT já sabe: as obras planejadas vão ficar na casa dos R$ 8,9 bilhões.
* Ou se constroem parques e reservas às margens das rodovias e ferrovias ou o desmatamento é certo.
* É o desmatamento conhecido “espinho de peixe”: pessoas se fixam nos entornos das estradas e vão retirando a floresta para vender madeira, carvão e plantar grãos.


Desmatobrás
* O governo planeja desmatar 5,3 mil km2 de floresta para construir 61 usinas hidrelétricas e 7,7 mil km de linhas de transmissão.
* A maior parte dos projetos fica na nova fronteira energética do país, a Amazônia Legal, que congrega nove estados.
* Apesar de impressionante, o impacto pode até ser maior, já que o número leva em conta apenas a área que será alagada pelas hidrelétricas e a extensão das linhas de transmissão, e não inclui o desmatamento no entorno.
* Está criada a Desmatobrás!


Economizando energia
* É um programa ambicioso: as lâmpadas incandescentes comuns serão retiradas do mercado a partir de 2012 até junho de 2016.
* Uma portaria de três ministros – Minas e Energia, Ciência e Tecnologia e Indústria e Comércio – já saiu no Diário Oficial da União. 
* Fazem parte da regulamentação as lâmpadas incandescentes de uso geral, exceto as incandescentes com potência igual ou inferior a 40 watts e lâmpadas usadas para fins específicos, como em equipamentos hospitalares.


Areia que desmata
* Não é só a retirada de madeira que esta acabando com a Mata Atlântica e as matas ciliares dos rios brasileiros, sobretudo no Sul, Sudeste e Centro-Oeste.
* A retirada de areia também.
* Por exemplo, a extração de areia nas margens do rio Paraíba do Sul, no Vale do Paraíba, invadiu áreas de Mata Atlântica, que deveriam ficar intactas.
* Segundo Casemiro Tércio Carvalho, da Secretaria de Meio Ambiente de São Paulo, estudos mostram que de cada quatro empresas que operam na região uma está em desconformidade com o zoneamento ambiental de 1999.
* Foram analisados 159 empreendimentos e, deste total, 41 agindo fora da lei.
* Isto em São Paulo, porque no resto do país nem estudo tem.


Tabelinha ambiental: Minc e Carvalho
* Carlos Minc e José Carlos Carvalho tem um mesmo caminhar pela via da sustentabilidade.
* Ambos são técnicos e líderes respeitados na gestão ambiental.
* Ambos foram secretários de meio ambiente de seus estados, respectivamente Rio de Janeiro e Minas Gerais.
* Ambos foram Ministro do Meio Ambiente.
* E ambos retornaram novamente às secretarias estaduais depois do Ministério.
* Só falta uma coisa para completar estas coincidências: José Carlos Carvalho acatar os convites que chegam à sua porta e topar entrar numa campanha política.
* Dúvida de Carvalho, hoje licenciado: sair candidato a prefeito em 2012 ou esperar por 2014…


Licenciamento e proteção
* Por falar em Carlos Minc, ele como secretário de Meio Ambiente do RJ quer vincular o licenciamento ambiental à proteção da biodiversidade.
* Assim, grandes empresas terão que contribuir de fato com a preservação de espécies ameaçadas….
* No entorno do próprio empreendimento.