Sociobiodiversidade

Copa Verde de 2014

15 de fevereiro de 2011

A Copa do Mundo de 2014 vai comercializar produtos sustentáveis de pequenos produtores, comunidades indígenas e extrativistas

Para os ambientalistas e gestores públicos o programa é importante, pois vai escalar uma comunidade que está sempre de fora do jogo econômico para entrar em campo e participar da Copa de 2014. O projeto vai facilitar o acesso ao mercado para a produção de pequenos empreendedores, quilombolas, povos tradicionais e indígenas. A preservação da floresta começa por aí: dar renda e emprego para quem vive da mata em pé, pois sem condições de entrar no mercado por seus produtos, os habitantes da floretas acabam por comercializar a madeira. E aí começa o desmatamento.


Projeto Talentos
Dos 125 projetos selecionados, 46 envolvem produções extrativistas e vão compor a cesta das chamadas amenities, produtos de uso pessoal, geralmente miniaturas, como essências, sabonetes e artesanatos, oferecidos aos hóspedes ou comercializados na rede hoteleira. O projeto está orçado em R$ 3,2 milhões e vai fazer chegar aos turistas brasileiros e estrangeiros que usarem a rede hoteleira, nas 12 cidades sedes dos jogos, vários produtos da sociobiodiversidade.
Os empreendimentos foram selecionados por edital, como parte do Projeto Talentos do Brasil Rural, do Sebrae, e enviados à Secretaria e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA. O resultado final da seleção está previsto para este mês de fevereiro. Os recursos para cada ação dependem do tamanho da iniciativa, não implicando em repasse direto. Os empreendimentos devem receber assistência técnica, capacitação e apoio dos órgãos envolvidos para agregar valor e se tornar atrativos e competitivos no mercado. Para a diretora do Departamento de Extrativismo, Cláudia Calório, além da abertura de um mercado, a iniciativa vai servir para divulgar e disseminar o uso de alguns produtos da sociobiodiversidade brasileira. “O apelo social é forte, pois vai capacitar os pequenos produtores a conquistar novos nichos de mercado para uma produção sustentável”, diz Cláudia Calório e acrescenta: “Este tipo de projeto preserva a natureza e garante emprego e renda para os povos que vivem da sociobiodiversidade, sem derrubar as florestas ou degradar o meio ambiente”.