Editorial
20 de julho de 2011Caro Leitor, O mundo chegou num ponto preocupante. Há 10 anos, a produção de automóveis ultrapassou em muito a taxa de natalidade, ou seja, nasciam mais carros do que crianças. Hoje nascem mais aviões do que criança. E se for falar em celulares, eletrodomésticos, laptops, tevês, brinquedos eletrônicos aí então, nem se fala. Tudo com… Ver artigo
Caro Leitor,
O mundo chegou num ponto preocupante. Há 10 anos, a produção de automóveis ultrapassou em muito a taxa de natalidade, ou seja, nasciam mais carros do que crianças. Hoje nascem mais aviões do que criança. E se for falar em celulares, eletrodomésticos, laptops, tevês, brinquedos eletrônicos aí então, nem se fala. Tudo com um agravante: a força do marketing incentiva as pessoas a trocarem carros, laptops e celulares, enfim todos equipamentos antigos por versões mais modernas. Se se acrescentar a todo esse arsenal facilitador de um consumo compulsivo à comodidade dos descartáveis como garrafas pet, fraldas, toalhas, guardanapos, luvas, coadores de café, embalagens de vidro, de plástico, de lata e de papel, cada vez mais resistíveis, aí a coisa pega. É hora de fazer uma reflexão. Ao tempo que se usa ao extremo os recursos naturais e se aumenta exponencialmente o descarte, o lixo passou a ser a preocupação mais séria dos gestores públicos. E não adianta a obrigação do recolhimento, da disposição final e da reciclagem do lixo ficarem apenas por conta do Estado sem a participação efetiva da sociedade. Cada um – governos, pessoa física ou pessoa jurídica – é um elo neste processo. E qualquer corrente tem a força do seu elo mais fraco.
Mesmo sabendo que o ser humano caminha na direção do seu interesse pessoal. Que a busca da comodidade, do conforto e das facilidades de todos os tipos é uma realidade, chegou a hora de o Estado intervir para beneficiar quem tem um comportamento sustentável ou punir quem joga contra a sustentabilidade. O caso do reuso de água, do descartes eletrônicos e do desperdício de embalagens são os exemplos mais contundentes e urgentes.
Não há Estado que substitua a consciência ambiental de um cidadão. Mas o Estado, pela educação ou pela prática de impostos e multas, pode moldar o cidadão e agir dentro dos padrões ecológicos.
Sem uma postura coletiva e um compromisso de cada ser humano para com o bem comum, os ricos vão continuar depredando e poluindo pela ganância, enquanto os pobres vão continuar depredando e poluindo pela terrível necessidade de sobrevivência.
SG