Editorial
22 de agosto de 2011Caro Leitor, Os desafios estão para todas as ordens, nações e povos. Se os Estados Unidos, maior potência do mundo, convive com o fantasma da recessão e o não cumprimento de acordos financeiros, o Brasil convive com uma crise política que a cada edição da revista VEJA derruba um ministro, provocada pela corrupção. Neste sentido,… Ver artigo
Caro Leitor,
Os desafios estão para todas as ordens, nações e povos. Se os Estados Unidos, maior potência do mundo, convive com o fantasma da recessão e o não cumprimento de acordos financeiros, o Brasil convive com uma crise política que a cada edição da revista VEJA derruba um ministro, provocada pela corrupção. Neste sentido, o correspondente espanhol, jornalista Juan Arias, deixa grafado nas páginas do El Pais (07/07/2011) uma frase para nós brasileiros meditarmos: “Que país é este que junta milhões numa marcha gay, outros milhões numa marcha evangélica, muitas centenas numa marcha a favor da maconha, mas que não se mobiliza contra a corrupção”?
Difícil, muito difícil de entender.
Enquanto isto, outros desafios se apresentam. Não só para uma nação em particular, mas para toda humanidade: a ONU anuncia que, em 31 de novembro deste ano, a Terra ultrapassará a marca dos 7 bilhões de habitantes. De um lado, o fato pode ser comemorado como uma vitória do homem que conseguiu aumentar sua expectativa de vida, diminuiu a taxa de mortalidade infantil e melhorou em muito todo o complexo sistema de saúde, com medicação e intervenções cirúrgicas. De outro lado, está a preocupação social e ambiental. Não há programa que consiga diminuir a pobreza, o saneamento básico nos países em desenvolvimento é uma tragédia, a poluição dos mananciais é uma realidade, o desmatamento continua numa taxa assustadora e o aquecimento global não é coisa só de cientista. Não falamos da degradação do solo, dos aqüíferos e nem do lixo, outro fantasma que ronda as sociedades desenvolvidas e subdesenvolvidas. Desafios não faltam. Capacidade e inteligência o ser humano tem. Mas paradigmas de produção e de consumo têm que sofrer mudanças. E fortes. Estamos às vésperas da RIO+20, a Conferência da ONU, a ser realizada em junho do ano que vem no Rio de Janeiro.
Quem sabe nascerá uma luz para direcionar melhor os sete bilhões de passageiros que estão embarcados neste planeta Terra. Para que a viagem seja um pouco mais tranqüila, sem solavancos e tragédias anunciadas, o bom senso tem que prevalecer. Os números não mentem: durante o século 20, a população mundial explodiu de 1,6 bilhões em 1900 para 6,1 bilhões em 2000. Em 2011, chegamos aos 7 bilhões. E como será a virada para o próximo Século? Cada habitante da Terra tem um bom dever de casa para fazer.
SG