Saúde e Cultura

O veneno está na mesa

22 de agosto de 2011

Silvio Tendler lança em Brasília documentário sobre agrotóxicos

Silvio Tendler

Em Brasília, o filme acaba de ser lançado. O Comitê do Distrito Federal da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos e pela Vida é que organizou o evento. O filme trata dos riscos do emprego de agrotóxicos na agricultura e como este modelo beneficia as grandes transnacionais. “O mundo está sendo completamente intoxicado por uma indústria absolutamente desnecessária e gananciosa, cujo único objetivo realmente é ganhar dinheiro”, justifica Sílvio Tendler. Como no Rio de Janeiro, em Brasília também teve um debate acalorado com a participação do cineasta e especialistas. O Comitê do Distrito Federal da Campanha Permanente Contra os Agrotóxicos foi lançado em abril deste ano por mais de 30 organizações que envolvem movimentos sociais (do campo e da cidade), sindicatos, pastorais, organizações ambientalistas e ligadas à área da saúde, entre outras.

A CAMPANHA


Organizada nacionalmente, a campanha tem como objetivo denunciar e alertar a sociedade para aos prejuízos causados pelo uso de agrotóxicos e ao mesmo tempo construir iniciativas que possam, inclusive do ponto de vista jurídico, construir barreiras ao seu uso. Segundo os organizadores, “a campanha também pretende anunciar para a sociedade as diversas iniciativas já existentes no campo da produção de alimentos saudáveis, proporcionando condições para que a sociedade possa se colocar contra o atual modelo agrícola, que por sua vez não se preocupa com a saúde das pessoas e muito menos com o meio ambiente”.


Silvio Tendler explica que a ideia do filme é mostrar à população como estamos nos alimentando mal e perigosamente, por conta de um modelo agrário perverso, baseado no agronegócio. Para ele, o Brasil é o país que mais consome agrotóxicos no mundo: 5,2 litros/ano por habitante. Muitos desses herbicidas, fungicidas e pesticidas que consumimos estão proibidos em quase todo o mundo pelo risco que representam à saúde pública. O perigo é tanto para os trabalhadores, que manipulam os venenos, quanto para os cidadãos, que consomem os produtos agrícolas. Só quem lucra são as transnacionais que fabricam os agrotóxicos, afirmam.