Folha do Meio Ambiente

O rio que secou em plena temporada de chuvas. Por quê?

Por ocasião do Dia Mundial da Água, vale uma reflexão. Vejam bem esta
foto. Ela e incrível. Um rio seco. E olha que ela foi tirada em plena época da chuva, dia 16 de fevereiro de 2012. A imagem mostra, no município de Virgem da Lapa, Vale do Jequitinhonha, o leito de um rio totalmente seco. Morto, em pleno período chuvoso.
Na foto, aparece um pedaço de ponte levado por uma enchente anos atrás na forma de avalanche.

A imagem permite várias reflexões.
1) As secas não são permanentes. Existem momentos de abundância e seca durante um ciclo de chuvas mesmo no semiárido. As enxurradas que produz enchentes vem das chuvas que caem nas cabeceiras das propriedades ou nas microbacias, degradando, no sentido mais amplo,
o solo, as estradas e até populações carentes

2) Daí a necessidade de construir pequenos reservatórios de água. Como
vasilhas, estes silos colhem as águas dos momentos da abundância e evitam que enxurradas degradem as propriedades.

3) Porque as enxurradas destroem? Simples, o que acontece é que nas chuvas fortes, as enxurradas descem desgovernadas e se juntam a outras e mais outras até se tornarem indomáveis. As enchentes passam como avalanches e na semana seguinte nem rastros delas é percebido.

4) Aí está o milagre das barraginhas que cumprem seu papel num trabalho em cascata: evitam o avanço das enxurradas,  controlam as erosões, guardam a água, levantam o lençol freático, umedecem a terra e amenizam as enchentes. Durante a seca, essa água nos mananciais vai sendo liberada lentamente aos córregos mantendo-os vivos, perenes. Isso já está comprovado em dezenas de córregos.
5) As barraginhas criam um processo de formiguinha que no final geram alimento e renda para as comunidades, geram trabalho e fortalecem a economia local.

 
Luciano Cordoval Barrros

Sete Lagoas-MG