Aço e Meio Ambiente

Carvão Vegetal

22 de abril de 2012

Indústrias se comprometem a atuar na cadeia do carvão vegetal, para eliminar práticas que causem danos ao meio ambiente.

"O carvão vegetal é proveniente de florestas, então “é necessário que a indústria do aço considere a origem da madeira. Estimamos que metade da madeira usada na produção de carvão vegetal no Brasil seja de origem ilegal”, observou. "

"A técnica Cristina Yuan, do Instituto Aço Brasil, disse que o setor, ao longo dos anos, tem buscado maximizar a eficiência dos processos produtivos, que consomem muita água e energia. “O índice de reciclagem de coprodutos na indústria do aço chega a 93% e o percentual de reaproveitamento da água é superior a 945”, confirmou. O Brasil produz 2,5% de todo o aço consumido no mundo.
Alexandre Cumin, diretor de competitividade do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio"
 

 
As estatísticas mostram que em 2011, 80% do carvão vegetal consumido por esta indústria saíram de florestas próprias plantadas, 10% vieram de florestas plantadas de terceiros e os outros 10%, de resíduos florestais legalizados.  As indústrias do setor se comprometem, em até quatro anos, chegar a 100% de florestas plantadas para atender à demanda do carvão vegetal na produção do aço. Para André Gerdau Johampeter, presidente do conselho do Instituto Aço Brasi, o lançamento do protocolo se propõe a ratificar, de forma voluntária, o compromisso dos empresários com a sustentabilidade. “O Brasil produziu, em 2011, quase 48 milhões de toneladas de aço bruto, representando faturamento de R$ 65,6 bilhões”, afirmou André Gerdau.
 
FGV pesquisa impacto
O Instituto Aço Brasil  encomendou uma pesquisa da Fundação Getúlio Vargas para mostrar o significativodo  impacto da atividade na economia brasileira, que participa com 4% no total do Produto Interno Bruto (PIB). Gerdau afirma que cada emprego gerado no setor do aço proporciona outros 23 empregos na cadeias de fornecimento ou relacionadas. Mas reclamou que o setor está sofrendo reiteradas pressões devido às importações diretas de aço, que somaram mais de 3,7 milhões de toneladas em 2011, e das mais de 5 milhões de toneladas que entraram a partir das importações indiretas, configuradas pela aquisição de máquinas, veículos, equipamentos e autopeças.
 
Carvão de origem ilegal
André Gerdau Johampeter explicou que “o essencial, neste protocolo, é gerar informação com transparência, a partir de um compromisso formal das empresas signatárias do documento de não comprar carvão vegetal de origem ilegal, mas somente usar os estoques provenientes de plantio próprio ou de terceiros, produzidos em consonância com os requisitos legais”. 
Já a ministra Izabella Teixeira salientou que é preciso buscar novos caminhos de competitividade para esse segmento industrial.  “É preciso excluir da relação do aço o mercado ilegal de carvão vegetal, um mercado socialmente injusto e ambientalmente degradante”, acrescentou. “Não justifica um país como o Brasil, ou em nenhum outro país, utilizar mão de obra infantil e trabalho escravo”.