RIO+20: contagem regressiva

RIO+20: qualquer fracasso é o fracasso das nações

22 de maio de 2012

Maurice Strong: a Conferência deve ser o início de um processo contínuo e não um evento definitivo e pontual.

MANDAMENTOS DE MAURICE STRONG PARA A RIO+20

 

Maurice Strong, 83 anos, é professor honorário da Universidade de Pequim,

e consultor do governo Chinês.

Além de ter ajudado a criar a agência de proteção ambiental da China,

Strong é a maior personalidade ambientalista ocidental de influência na China

 

 

I – MEIO AMBIENTE E A MÍDIA – A mídia mundial precisa ser mais atraída para as causas ambientais. Como? Com eventos, marketing e talvez uma forte premiação que tenha a presença de personalidades e artistas internacionais.
 
II – PROCESSO CONTÍNUO – A RIO+20 deve ser o início de um novo processo contínuo e não um evento definitivo, pontual. Vale lembrar a OMC – Organização Mundial de Comércio. A RIO+20 deveria ser permanente nos moldes da OMC.
 
III – O BÔNUS DA TERRA – Há que ter um sistema de emissão de ecobônus, o “Bônus da Terra”. Economia se move dentro de um sistema financeiro. A economia verde precisa de instrumentos para financiar a sustentabilidade.
 
IV – PARTICIPAÇÃO DAS PESSOAS FÍSICAS – Numa ponta, não é fácil conseguir o dinheiro de um país, pois o governante –  mesmo de um país rico –  tem seus compromissos políticos e sociais internos. Na outra ponta, tem os países em desenvolvimento detentores da maior biodiversidade que, com razão, insistem que precisam de financiamento, ajuda técnica com transferência de tecnologias limpas. O dinheiro não está nas mãos do governos, mas com as pessoas. O “Bônus da Terra” seriam títulos a serem vendidos para as pessoas comuns, pessoas comuns, empresários, pagando juros para financiar o desenvolvimento sustentável de forma lucrativa.
 
V – TRIBUNAL AMBIENTAL DA ONU – As grandes agressões ambientais, com repercussão mundial, têm que ter mecanismos de responsabilização jurídica supranacionais.
 
VI – OBSERVATÓRIO DE RESPONSABILIDADE – Um resultado concreto, objetivo para a RIO+20 seria a criação de um sistema para medir responsabilidade. É preciso auditar as promessas dos governantes. Os governos fizeram grandes promessas em 1972, em Estocolmo, em 1992, no Rio de Janeiro, e devem fazer agora na RIO+20. Se todos os países tivessem cumprido tudo que prometeram, os problemas ambientais hoje não seriam tão grande. Responsabilidade significa que deve haver um processo no qual os compromissos reais são medidos e auditados.
 
VII – DIREITO ALÉM DAS FRONTEIRAS – Há que ser fortalecido o sistema legal entre as nações. Um sistema no qual governos atingidos pelas ações de outros governos possam procurar seus direitos além de suas fronteiras.
 
VIII – DEFICIT DE VONTADE – De 1972 até 2012 houve uma grande mudança de mentalidade. Há mais entendimento e consciência, tanto sobre os problemas quanto sobre o que temos que fazer para enfrentá-los. Mas, mesmo assim, não há vontade política suficiente para agir. A questão não são as ideias, mas a vontade de agir.
 
IX – PAPEL DO BRASIL – Além de ser o país anfitrião, o Brasil tem um governo recém empossado, muito influente no mundo e não quer – por nada – uma Conferência mal sucedida.
 
X – EXEMPLO DO BRASIL – O Brasil poderia dar um exemplo maior e fazer algumas coisas dentro do próprio país, mostrando que tem compromissos reais.
 
 
Mais Rio+20.
 
Fundo Caatinga 
 
Uma Conferência Regional de Desenvolvimento Sustentável aconteceu em Fortaleza-CE para estudar as dificuldades, soluções e prioridades do Bioma Caatinga. Os resultados do encontro foram consolidados na Carta da Caatinga que será levada à RIO+20
Participaram da Conferência técnicos do Banco do Nordeste,  representantes de todos os setores da sociedade. Durante o evento também foi anunciada a criação do Fundo Caatinga do BNB, com recursos e investimentos direcionados à região. “Ao criar um fundo específico para o semiárido, governo, sociedade e BNB integram políticas públicas com ações de desenvolvimento sustentável da população do nordeste brasileiro”, disse o coordenador do Departamento de Combate à Desertificação da Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, Francisco Campello.
 
 
Agenda Urbana
O Ministério do Meio Ambiente e o Ministério das Cidades assinaram acordo para desenvolver projetos nas áreas de saneamento ambiental, habitação de interesse social e modalidade urbana, dentro da agenda de desenvolvimento urbanos sustentável. O Acordo de Cooperação Técnica teve a participação do Programa das Nações Unidas para Assentamentos (ONU-Habitat). Os primeiros resultados do Acordo devem ser apresentados na RIO+20.
 
Ciclo de debates
Com a participação de técnicos internacionais do Pnuma (Arab Hoballah), do Ministério do Meio Ambiente, do CEMPRE – Compromisso Empresarial para Reciclagem (Vitor Bicca) e do Instituto Akatu (Hélio Mattar) será organizado um evento paralelo de debates sobre os temas: Produção e Consumo Sustentável –  Resíduos Sólidos e Reciclagem. -Produtos químicos industriais e sustentabilidade – Juventude e Sustentabilidade.. 
O tema Juventude e Sustentabilidade terá a participação de representantes da UNE, da CUT e da Pastoral da Juventude Católica. Segundo os organizadores, espera-se mais de 300 jovens para o debate, pois o objetivo é saber o que eles pensam da RIO+20 e como apoiar as políticas de sustentabilidade.
 
RIO+20: Irã confirmado
O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, confirmou presença na RIO+20). Com presidente do Irã, 117 chefes de Estado e de Governo informaram que vão participar dos debates. De acordo com a ONU, dos seus 193 países-membros, 183 já confirmaram presença, mas alguns países vão enviar ministros e assessores como representantes para o evento, como é o caso dos Estados Unidos. 
O comitê organizador contabiliza que mais de 50 mil pessoas vão participar das discussões da conferência, entre políticos, membros de (ONGs, representantes da sociedade civil e empresários.