Homenagem : Dalgas Frisch recebe a ordem do rio branco

DALGAS, SENHOR DAS AVES

8 de junho de 2012

O industrial Johan Dalgas Frisch retira do negócio da limpeza de ar e da água o fôlego financeiro para patrocinar sua paixão passarinheira.

 

 

Dalgas explica que a maioria dos empreendimentos e também das prefeituras não utiliza no paisagismo plantas nativas e árvores frutíferas. “escolhem plantas ornamentais e com menor custo de manutenção. É o mesmo problema da arborização nas cidades. Desta forma, nossas aves não têm como fazer seus ninhos ou se alimentar.”

 

 

O brasileiro Johan Dalgas Frisch pertence a uma genuína família de ecologistas. Seu bisavô materno foi influente na Coroa dinamarquesa porque conseguiu transformar uma vasta região desértica daquele país em uma imensa floresta, contando com a única tecnologia disponível na época, os arados puxados por bois. Ele inventou um tipo diferente de arado, puxado não por um, mas por 12 bois. Era o único capaz de quebrar a superfície dura do solo, resultado de muitas queimadas. Rompida a crosta, as raízes das árvores podiam se desenvolver e em poucas décadas uma grande floresta estava de pé. 

 
Dalgas Frisch recebe das mãos da Presidente Dilma Rousseff, no Itamaraty, a ORDEM DO RIO BRANCO, por indicação do senador José Sarney.
 
 
ORIGEM DINAMARQUESA
Seu pai, o pintor Svend Frisch, amigo de Pablo Picasso, não vacilou diante da oportunidade de mudar da Dinamarca para o exótico Brasil. Aqui, formou família e desde que o filho Dalgas, aos seis anos de idade, revelou seu amor pelas aves, o pai não parou mais de pintá-las. Ao longo de quatro décadas, Svend desenhou cerca de dois mil exemplares de aves, coletados pelo próprio Dalgas. Em 1964, pai e filho publicaram a primeira edição do livro Aves Brasileiras. Obra atualizada em 1981 e que hoje está na terceira edição com o nome de “Aves Brasileiras e Plantas que as Atraem”. É o mais detalhado manual de identificação das espécies ornitológicas existentes no País.
 
Agora em 2012, Dalgas lançou um novo livro “Para que as Primaveras não se Calem para Sempre”. O livro é acompanhado por um relógio do canto de pássaros.
Dalgas tem sua história de vida ligada às questões ambientais e é pioneiro na gravação dos cantos dos pássaros brasileiros. Com seus amigos Amador Aguiar (Bradesco) de Omar Fontana (Transbrasil) e Assis Chateaubriand (Diários Associados) foram protagonistas de várias façanhas ambientais no Brasil, como a criação do Dia da Ave, a demarcação do Parque do Tumucumaque, o estudo das aves migratórias e peixamento das barragens das hidroelétricas.