Incêndios florestais

Queimadas e os incêndios florestais

19 de julho de 2012

Tocantins lança campanha de prevenção, controle e monitoramento no Jalapão

 

O projeto é fruto do acordo de cooperação Brasil-Alemanha, aprovada no âmbito da Iniciativa Internacional de Proteção ao Clima 2011, do Governo Alemão, com recursos na ordem de 13,5 milhões de euros. Desses, 8,5 milhões de euros são provenientes do KfW – Banco Mundial Alemão e da GIZ – Sociedade Alemã para Cooperação Internacional, e 5 milhões de euros do Governo Brasileiro. 
Os recursos vão ser investidos nas unidades de conservação da região do Jalapão, Cantão e nas comunidades do entorno, na capacitação dos agricultores locais para substituição do uso do fogo na agricultura e manejo de pastagens, formação de brigadas de combate aos incêndios, desenvolvimento de sistemas de monitoramento e demais ações de prevenção e combate aos incêndios florestais e queimadas irregulares.
 
 

ATENÇÃO!

Cuidado dobrado com a temporada das queimadas.

 
 
 
CAPACITAÇÃO
Com esses recursos também serão desenvolvidos dois sistemas: o  primeiro será de monitoramento de áreas queimadas; o segundo, de  detecção do desmatamento em tempo real, similar ao que existe hoje  para a Amazônia (Deter). Eles serão desenvolvidos pelo Instituto  Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em parceria com o Ibama e  com o Instituto Chico Mendes – ICMBio.
 
QUEIMADAS
No bioma Cerrado, o fogo é bastante disseminado para o manejo  agropecuário no meio rural. No meio urbano é usado “ilegalmente” para  limpar o terreno, queimar o lixo e aparas de jardim. Esse uso foi  responsável, por exemplo, pelo incêndio ocorrido no Jardim Botânico  de Brasília, que queimou mais de 70% da sua área. “Esses incêndios resultam em poluição do ar, emissões de gases de  efeito estufa, empobrecimento do solo, erosão, morte de animais   silvestres, redução da biodiversidade e de espécies da flora nativa”,  explica o diretor do Departamento de Políticas de Combate ao  Desmatamento do MMA, Francisco Oliveira. “Os prejuízos são ainda mais  graves quando o incêndio ocorre nas unidades de conservação,  anualmente atingidas pelo fogo proveniente das propriedades vizinhas”.
O Cerrado é o segundo maior bioma brasileiro, ocupando uma área de  mais de 2 milhões de hectares, aproximadamente 24% do território  nacional. A fauna possui cerca de 2,5 mil animais, entre os quais a  onça pintada, lobo guará, tamanduá-bandeira, tatu-canastra, veado  campeiro e a coruja buraqueira. Mais de 10 mil espécies vegetais já  foram identificadas por cientistas. Entre as mais conhecidas está o  ipê, angico, jatobá, paineira, canela de ema, buriti, ingá e  quaresmeira.
 
 

COMO REDUZIR AS QUEIMADAS NOS MANEJOS DA TERRA

É grande a preocupação das comunidades científica e ambientalista com as queimadas e com os incêndios florestais. Pedem, inclusive, mais atenção do governo para mobilizar a sociedade em geral e os produtores rurais em particular no sentido de divulgar ações e campanhas de controle do uso do fogo na agricultura. Entre estas ações, os ambientalistas pedem a divulgação de tecnologias alternativas já disponibilizadas pela reduzir a prática da queimada no manejo da terra. São tecnologias que evitam os incêndios e queimadas e ainda podem garantir a produtividade da lavoura. A verdade é que o uso das queimadas pelos agricultores é antigo e tem como finalidade a limpeza das áreas, a queima de resíduos para eliminar pragas e doenças,  a renovação de pastagens, a queima de dejetos de serrarias e de lixo urbano ou ainda como técnica de caça.

Segundo os cientistas, o fogo afeta diretamente os processos físico-químicos e biológicos dos solos, deteriora a qualidade do ar, reduz a biodiversidade e prejudica a saúde humana. Isso sem falar na alteração da composição química da atmosfera, com o aumento do efeito estufa, e a maior penetração da radiação ultravioleta, com a destruição da camada de ozônio. E mais: ao escapar do controle, o fogo atinge tanto o patrimônio público quanto o privado, como florestas, cercas, linhas de transmissão e de telefonia e construções.

 

Onde é proibido usar fogo

 
 Nas florestas e demais formas de vegetação;
 Para queima pura e simples de aparas de madeira, resíduos florestais e material lenhoso;
 Também não se pode usar fogo numa faixa de 15m dos limites de segurança das linhas de transmissão de energia elétrica;
 Cem metros ao redor da área de domínio de subestação de energia elétrica;
 25m ao redor da área de domínio de estações de telecomunicações;
 50m a partir do aceiro existente nas Unidades de Conservação;
 15m de cada lado das rodovias estaduais e federais e das ferrovias, medidos a partir da faixa de domínio;
 Em área definida pela circunferência de raio igual a 11 mil metros, tendo como referência o centro geométrico da pista de pouso dos aeroportos.
 

Queimadas e incêndios

Para entender melhor as nomenclaturas, vale saber o que é fogo, o que é queimada e o que é incêndio florestal. O fogo é um fenômeno natural. É o desenvolvimento simultâneo de calor e luz, produzido pela combustão de certos corpos. Toda a biomassa da floresta consiste de acúmulo de energia produzida pela fotossíntese. 
O dióxido de carbono, a água e a energia solar combinam-se para produzir celulose e outros carboidratos. Esse material é armazenado em todas as plantas verdes. O fogo reverte rapidamente esse processo, liberando a energia armazenada. 
Queimada – É uma prática agropastoril ou florestal que utiliza o fogo de forma controlada para ajudar na agricultura. A queimada deve ser regida pela aplicação controlada do fogo à vegetação natural ou plantada, sob  determinadas condições ambientais que permitam que o fogo mantenha confinada a área, dentro de uma intensidade de calor e uma velocidade de propagação compatíveis com os objetivos do manejo. A queima deve ser autorizada pelo Ibama ou pelo órgão estadual competente. 
Incêndio florestal – É o fogo sem controle que incida sobre qualquer forma de vegetação, podendo tanto ser provocado pelo homem quanto por uma causa natural.

Queima controlada

O interessado na obtenção de autorização para a queima controlada deve:
 Definir as técnicas, os equipamentos e mão-de-obra a serem utilizados;
 Fazer o reconhecimento da área e avaliar o material a ser queimado;
 Promover o enleiramento dos resíduos de vegetação, de forma a limitar a ação do fogo;
 Preparar aceiros de três metros de largura, ampliando essa faixa quando as condições climáticas, ambientais e topográficas assim o permitirem;
 Providenciar pessoal treinado pra atuar no local da operação, com equipamentos apropriados;
 Informar formalmente vizinhos a realização da queimada controlada;
 Prever a realização da queima em dia e horário certos, evitando-se os períodos de temperatura mais alta;
 Providenciar o acompanhamento de toda a operação de queima, para adotar, se necessário e a tempo, medidas de contenção do fogo.