URUBU NO MOMENTO ITÁLIA-BRASIL

23 de agosto de 2012

Casal de urubus faz ninho na Embaixada e cria seus filhotes sob a proteção de Leonardo La Fransceca (9 anos), filho do Embaixador. Filhotes já ganharam nomes: Pierluigi e Oscar.

Fotos: Donatella Di Virgilio

Leonardo La Francesca e seu pai, embaixador Gherardo, estão sempre atentos na proteção dos urubuzinhos Pierluigi e Oscar.  A Embaixada ecológica agora acolhe os urubus com seus filhotes.
 
 

PRIMEIRO ATO: Ano de 1977 – o arquiteto italiano Pier Luigi Nervi projetou uma embaixada incorporando ao seu projeto uma forte mensagem ambiental: leveza da arquitetura tropical, luz natural e criativas colunas quadricúspides em forma de troncos de árvores para lembrar os igarapés da Amazônia. 

SEGUNDO ATO: Ano de 2011 – o embaixador Gherardo La Francesca revoluciona os conceitos diplomáticos e agrega outro desafi o ambiental: persegue a sustentabilidade da embaixada, produzindo sua própria energia elétrica e promovendo o tratamento do esgoto.

TERCEIRO ATO: Ano 2012 – os céus abençoam o esforço de sustentabilidade do Embaixador La Francesca e um casal de urubus busca o prédio de Nervi para fazer seu ninho e criar seus fi lhotes. Os urubuzinhos crescem saudáveis, sob proteção severa do fi lho do embaixador, Leonardo La Francesca, de 9 anos, que já escolheu os nomes em homenagem aos dois arquitetos mais importantes da Itália e do Brasil: Pierluigi Nervi e Oscar Niemeyer .

 

Embaixada da energia renovável

– “Nossa embaixada busca autosufIciência por meio da energia solar”, explica o Embaixado Gherardo La Francescar. Assim, foram instalados 405 painéis fotovoltaicos na cobertura de 4 mil metros quadrados do prédio, que geram 86MWh e evitam a emissão de 7,6 toneladas de CO2/ano na atmosfera. “E tem mais – acrescenta Gherardo – a planta solar está conectada à rede elétrica da cidade, podendo repassar a energia excedente não consumida para a Companhia Energética de Brasília”.
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mamãe urubu está sempre por perto do ninho. Só sai para buscar alimento para seus filhotes.
 
 
 
 
A EMBAIXADA DE PIERLUIGI NERVI – A obra da Embaixada da Itália começou em 1974 para ser inaugurada em 1977. O prédio (na Av. das Nações, quadra 807 Sul) é mais do que uma sede diplomática. É um espaço onde reina a Cultura e o Meio Ambiente. Não foi por acaso que a obra de Nervi foi o único prédio de Embaixada escolhido pelo artista plástico Carlos Bracher para a coleção de 66 quadros que pintou sobre Brasília no ano de 2007/2008. O edifício da Embaixada é como um igarapé amazônico onde ramifi cam troncos de árvores, lagos, luz e sombras para formar uma fl oresta de encantamento urbano.
 
Para o Embaixador Gherardo La Francesca “Brasília é síntese da criatividade e de uma energia extraordinária do povo brasileiro. Esta mesma energia envolve plenamente a todos que vivem e trabalham na Embaixada da Itália, pela originalidade do projeto de Pier Luigi Nervi e por este esforço de sustentabilidade em fazer a primeira Embaixada Verde”.
 
 
 
 

La Francesca lembra uma coincidência: ele nasceu em Roma, fundada no mesmo dia da inauguração de Brasília, 21 de abril. “Ainda que com 20 séculos de diferença”. “Mas – conclui o embaixador – estamos muito felizes e até orgulhosos,
pois nossa embaixada foi escolhida pelos urubus para fazer o ninho e ter seus fi lhotinhos. Parece até uma consagração por tudo que temos feito pela natureza. Com certeza os urubuzinhos Pierluigi e Oscar trouxeram muita sorte e vão nos dar mais força ainda para continuar nossa luta pelo meio ambiente e na defesa da natureza”.

 

 

A Embaixada da Itália ficou ainda mais ecológica com a presença dos urubuzinhos.

Ninho e filhotes viraram atração turística para os visitantes.

 

 

 

A obra da Embaixada da Itália começou em 1974 para ser inaugurada em 1977. O prédio (na Av. das Nações, quadra 807 Sul – Brasilia) é mais do que uma sede diplomática. Pierluigi Nervi fez questão de incorporar ao seu projeto uma forte mensagem ambiental. Além da leveza de uma arquitetura tropical, do espelho-d'água para amainar a aridez do clima, da fantástica utilização da luz natural, o prédio possui criativas colunas quadricúspides de concreto em forma de troncos de árvores para lembrar os Igarapés da Amazônia.