Pela preservação da Serra Vermelha

22 de novembro de 2012

Mapa do MMA aponta Serra Vermelha como área prioritária para conservação

"Serra Vermelha tem  muita beleza cênica. Situada sobre um planalto que foi erodido hà milhares de anos, a região é repleta de cânions e cuestas além de chapadas e uma floresta exuberante, constituída de Cerrado, Caatinga e Mata Atlântica.  a região tem inúmeros sítios arqueológicos e está próximo ao parque nacional da serra da capivara."

 

 

O primeiro dos esforços será o de conseguir recursos para investir na proteção das áreas mapeadas. Neste sentido, o trabalho será apresentado na reunião do GEF (sigla em Inglês para Global Enviroment Fund) em Washington, pelo o Secretário Executivo do MMA, Francisco Gaetano.
 

Extrema importância
As áreas mapeadas foram classificadas de acordo com o grau de valor biológico encontrado nos locais pesquisados. No caso da Serra Vermelha, a classificação foi de “extrema importância para a conservação”, seguida de indicação para criação de uma unidade de conservação em 106 mil hectares que ficou fora da proteção quando houve a ampliação do Parque Nacional Serra das Confusões, em 2010. 
Segundo técnicos do MMA, não é a primeira vez que a Serra Vermelha entra no mapa de áreas prioritárias para a conservação, desde que o mapa foi elaborado pela primeira vez, em 1989, e nas revisões feitas em 2004 e 2006. A região é tida como prioritária para conservação.
Outras prerrogativas que fazem da Serra Vermelha um lugar incomum para a conservação da biodiversidade foi a constatação da presença da vegetação do bioma Mata Atlântica, protegido por lei, bem como uma interpelação judicial através de Ação Civil Pública, além de mobilizações de ambientalistas de todo o país, para transformar a região em um parque. Mesmo assim, o governo do Piauí se mostra insensível, preferindo colocar a área para exploração do agronegócio ou outra atividade como a instalação de uma termoelétrica para ser alimentada a base da mata nativa.
 
Jogo político contra a Serra Vermelha
O caso da Serra Vermelha chama atenção do país pelo o fato de se constatar que os interesses econômicos estão dissociados da natureza e que se sobrepõe o direito à vida de vários ecossistemas. Esses ecossistemas mantêm milhares de espécies da fauna e flora, além da manutenção de recursos hídricos importantes para sobrevivência da Bacia Hidrográfica do Rio Parnaíba.
O imbróglio da área envolve o rico empresário carioca João Batista Fernandes, que tem o título de propriedade da área, embora tenha sido ela grilada. O ex-governador Wellington Dias, que de tudo fez para proteger o empresário, o secretário de Meio Ambiente do estado, Dalton Macambira e ainda alguns funcionários do IBAMA do Piauí e Brasília que contribuíram com a trama para destruir a floresta, além de deputados e donos de cartórios.
Os ambientalistas falam em pagamento de propinas, falsificação de documentos, isenção fiscal e financiamento de campanhas políticas para que o empresário conseguisse até hoje ter a área sob seu domínio. 
“Existe uma máfia envolvendo gente de vários  órgãos que dão sustentação para evitar que a Serra Vermelha vire parque”, assegura o ambientalista Francisco Soares, que já fez várias denúncias no CONAMA, que por sua vez, recomendou a proteção da região, mesmo assim ela continua disponível para destruição.