Bacias hidrográficas

A FORÇA DO VELHO CHICO

20 de dezembro de 2012

Penedo (AL) faz a XXII Reunião Plenária do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco

"Nas regiões do alto, médio, submédio e baixo São Francisco vivem mais de 15,5 milhões de pessoas. De acordo com a  CBHSF, muitas das atividades econômicas na região têm provocado vulnerabilidades ambientais e conflitos de interesses em relação ao uso da água do rio, representando um desafio para a gestão dos recursos hídricos de toda a bacia."

 

Segundo Pedro Wilson Guimarães, secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, o evento teve como objetivo buscar alternativas para vencer os problemas relacionados ao uso da água e aos esgotos que ainda são jogados no rio. “O tema do século 21 não é petróleo, mas água”, lembrou. Para o diretor do Departamento de Revitalização da SRHU, Renato Ferreira, entre os objetivos da V Oficina estão o compartilhamento de informações e a busca de correção de erros, construindo uma visão de conjunto das ações já implantadas e das que forem propostas.

 
Importância do Velho Chico
Luiz Carlos Galindo, secretário de Desenvolvimento Econômico e Meio Ambiente de Penedo, reforçou a importância econômica do Rio São Francisco para o desenvolvimento do município e de todas as cidades e estados por onde ele passa. Galindo foi enfático: “há que se reconhecer a existência de um passivo ambiental muito grande por parte do governo e também da sociedade. Um evento dessa natureza propicia a avaliação do que está sendo feito e permite propor novas ações que revitalizem o rio e as comunidades que o cercam”. Anivaldo de Miranda, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, lembrou que programa de revitalização está completando dez anos “e estamos aqui para debater os seus problemas e apresentar soluções factíveis”. O principal, segundo Miranda, é fazer com que os diferentes órgãos públicos dialoguem entre si para evitar o corporativismo, o paralelismo, propondo investimentos que tenham uma lógica de inclusão social.
 
Prejuízo se não cuidar 
O secretário Pedro Wilson chamou atenção dos participantes: “Se não cuidarmos do Rio São Francisco, o prejuízo será incomensurável”. Ele considera “essencial” debater não apenas as dificuldades relacionadas ao uso da água, mas também a questão do lixo “e a conservação das águas subterrâneas, como o aquífero Guarani”. O líder indígena Dipeta Tuxá disse concordar com as colocações de Wilson e falou da vontade e necessidade do cultivo de alimentos pelos povos locais, quilombolas e comunidades ribeirinhas. “Mas o problema das nossas comunidades é justamente a falta de água, que não chega onde é necessária”, salientou.
 
A força do São Francisco
A bacia do rio São Francisco influencia fortemente as economia de Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Bahia, Piauí, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Sergipe e Alagoas.  A área de drenagem da bacia hidrográfica do rio São Francisco corresponde a 8% do território nacional. Estende-se por mais de 638 mil quilômetros quadrados, desde a nascente histórica (na Serra da Canastra) ou a nascente geográfica (Planalto do Araxá, município de Medeiros) em Minas Gerais (ver edição de novembro da Folha do Meio Ambiente que trata deste tema). 
Nas regiões do alto, médio, submédio e baixo São Francisco vivem mais de 15,5 milhões de pessoas, 8,5% da população do Brasil. E vivem em diferentes realidades e contrastes sociais e econômicos, com áreas de grande riqueza e densidade populacional e outras com baixo nível de renda.  As atividades produtivas da bacia do São Francisco contemplam culturas de subsistência, geração de energia elétrica, polos agrícolas irrigados, turismo, pesca, navegação comercial, artesanato, indústria de mineração e extrativismo vegetal, entre outras.  De acordo com a área técnica da CBHSF, muitas dessas atividades têm provocado vulnerabilidades ambientais e conflitos de interesses em relação ao uso da água do rio, representando um desafio para a gestão dos recursos hídricos de toda a bacia.