5 TONS DE VERDE

21 de fevereiro de 2013

Sustentabilidade & Negócios

 

Simone Silva Jardim
 
 
 
Este ano completo a “maioridade” na cobertura jornalística ambiental. Da RIO-92 para cá, já se passaram quase 21 anos. Perdi a conta das entrevistas e matérias especiais que realizei ao longo dessa jornada, muitas publicadas aqui na Folha do Meio Ambiente, que agora me “presenteia” com esta coluna.
Costuma-se dizer que a passagem do tempo subtrai o entusiasmo dos primeiros anos de profissão. Felizmente não foi meu caso. A diferença é que hoje meu entusiasmo não só “navega”, mas “mergulha” de cabeça nas profundezas da sustentabilidade. Com muita calma nessa hora para dar conta de vasculhar, cutucar, esmiuçar e fazer as ligações necessárias entre as infinidades de temas e questões que hoje estão postos ou que ainda permanecem nebulosos ou completamente soltos no ar. Quer um exemplo?
O censo demográfico do IBGE aponta que a população de idosos dobrou nos últimos 20 anos. Brasileiros com mais de 60 anos somam 23,5 milhões. Para se ter uma ideia do aumento expressivo dessa faixa etária em nosso país basta recordar que, em 1960, esse contingente era de 3,3 milhões de pessoas, em 1991 contabilizava 10,7 milhões e, em 2000, 14,5 milhões. São Paulo é o Estado com o maior número de idosos: 5,4 milhões. Em seguida, Minas Gerais, com 2,6 milhões, e Rio de Janeiro, com 2,4 milhões. .
O problema é que essa nova realidade demográfica tem sido, na maior parte do tempo, discutida somente sob a ótica estreita da pressão que esse fenômeno exerce sobre a Previdência Social. 
O aumento da expectativa de vida da população brasileira precisa ser colocado nos horizontes da sustentabilidade. O que todo idoso precisa para viver com dignidade – direito seu e dever do Estado – é moradia adequada (e isso inclui respirar ar de boa qualidade, ter tratamento de esgoto e acesso à rede de água e luz sem interrupção nos serviços), programas de prevenção e assistência médica, acesso a remédios e alimentação saudável, calçadas seguras, transporte coletivo eficiente, áreas verdes para combater o sedentarismo e manter convívio social, centros comunitários que promovam atividades de lazer, esportes e cultura. Acessibilidade para cegos e cadeirantes nos passeios, ruas e prédios.
Fica fácil perceber o que os idosos precisam para ter qualidade de vida é mesmo o que todo cidadão pleiteia junto aos governantes e legisladores. Portanto, uma cidade que atende às necessidades dos anciãos se integra, de forma autêntica e eficaz, à teia da sustentabilidade, o que traz ganhos para a população de todas as faixas etárias.
A longevidade da população brasileira exige políticas públicas e ações do setor privado e da sociedade civil que não podem mais estar dissociadas dos conhecimentos e conquistas que a sustentabilidade tem trazido para a sociedade, a economia, os negócios, o meio ambiente e a forma como pensamos e agimos no mundo. Mas essa conversa não esgota aqui. Vamos continuá-la em nosso próximo encontro. Até lá!
 
 
5 TONS DE VERDE
 
• GORDURA TRANS – Boa notícia para a saúde dos consumidores. A Unilever divulgou que já retirou de sua linha de alimentos e bebidas mais de 3 milhões de quilos de sódio, 20 milhões de quilos de açúcar e 30 milhões de quilos de gordura trans.   
 
• FLORA NATIVA – Se depender do vereador David Soares, a cidade de São Paulo vai ficar mais verde e cheia de pássaros. Ele propôs a criação do Programa Natureza Nativa, que obriga o município a ter um cuidado e organização maior no plantio de espécies vegetais. Exemplo a ser seguido pela maioria dos municípios brasileiros que não dá à flora nativa a prioridade e atenção que merece.   
  
• QUALIDADE DE VIDA – No portal da Rede Social Brasileira por Cidades Justas e Sustentáveis <www.cidadessustentaveis.org.br> os novos prefeitos encontram uma ferramenta eficaz e sem custo para o planejamento, execução e avaliação de políticas públicas com foco na qualidade de vida. 
 
FORÇA-TAREFA – Instalado em Manaus, o Núcleo de Inovação Natura Amazônia vai coordenar e financiar uma rede de 1.000 pesquisadores e nove universidades. O desafio dessa força-tarefa  é desenvolver estudos científicos sobre temas como diversidade, agroecologia e novos produtos.
 
• Cumprir a legislação – É o mínimo, agregar novos conhecimentos e disseminá-los é o mais importante. É bom saber que este é o compromisso público do grupo Promon, que monitora 45 indicadores nos projetos e obras de infraestrutura que realiza pelo país para setores como petróleo e gás, mineração e metalurgia.