Programa Antártica

Brasil já investiu R$144 milhões no Programa Antártica

21 de fevereiro de 2013

Em 2014, programa será retomado com força total

 

O Brasil, em 12 anos, investiu R$ 144 milhões em programa na Antártica. Agora em 2014, o governo brasileiro deve retomar todas as pesquisas que, segundo o pesquisador Jefferson Simões, coordenador de projetos científicos do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), são mais amplos que a base destruída. Para Jefferson Simões, um ano após o incêndio que atingiu a Estação Antártica Comandante Ferraz, o ritmo das atividades científicas no continente gelado tem voltado ao normal.
“Os estudos não são feitos apenas nas estações, mas também em acampamentos e atividades realizadas no interior do continente ou dentro de geleiras e navios, daí a amplitude do programa, mesmo tendo sido destruídos com o incêndio 40% das investigações brasileiras realizadas no continente gelado, explica o cientista brasileiro.
Para Jefferson Simões, o continente gelado já sente as consequências da elevação da temperatura do planeta. Ele afirma que, na Península Antártica, região onde está localizada a estação científica do Brasil e área mais costeira do continente, há registro de aumento de 3º C nos últimos 55 anos.
De acordo com o pesquisador, o degelo da região contribui anualmente para elevação de 0,1 milímetro do nível do mar. Numa hipótese remota, se todas as geleiras antárticas vierem abaixo, o mar pode subir até 65 metros.
“Para se ter ideia, em uma escala quase que dantesca, se eu trouxesse todo o gelo antártico para o território brasileiro, o país todo ficaria encoberto por uma camada de 3 km de gelo. É muita coisa e isso dá uma ideia da importância da Antártica”, salientou.
O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) é um dos organismos científicos do mundo que colaboram com este tipo de pesquisa. É tanta a importância destas informações para o organismo sediado no interior de São Paulo que o INPE mantinha cinco laboratórios de pesquisa na estação Comandante Ferraz.
Segundo o técnico Heber Reis Passos,  responsável pelos estudos do INPE, o instituto tem a missão de estabilizar projetos que mensuram informações sobre a atmosfera, quantidade de ozônio na região, meteorologia e emissões de radiação pelo sol.