Sustentabilidade, jogo da vez

Longevidade, desafio e oportunidade socioambiental

20 de março de 2013

Colocar o envelhecimento da população brasileira sob os horizontes da sustentabilidade não é só tarefa das mais urgentes, mas o único caminho para que a longevidade seja verdadeiramente uma conquista

 

A importância dos idosos não se resume à sua crescente participação no total da população. Boa parte deles são chefes de família e única fonte de sustento para seus filhos e netos. Outro ônus é que, na maior parte dos municípios brasileiros, não só os idosos, mas também pessoas com deficiência enfrentam diariamente condições precárias de moradia, ruas impróprias para caminhar, dificuldade de acesso à prédios e transporte público, etc. Por sinal, temos 45,6 milhões de brasileiros que declararam ter alguma deficiência, dos quais 9,5 milhões são idosos.
Não se pode perder de vista que países desenvolvidos levaram cerca de cem anos para conquistar a longevidade. No Brasil, essa realidade se estabeleceu em pouco mais de três décadas. Estamos envelhecendo ainda na fase do desenvolvimento, o que terá implicações sobre a qualidade de vida urbana, as relações sociais intergeracionais, o orçamento público, o mercado de trabalho, as políticas de previdência e assistência social e prioridades de governantes e legisladores. 
Atores sociais afinados com a causa da sustentabilidade terão de refletir sobre a longevidade como paradigma que traz desafios e oportunidades sem precedentes para a sociedade brasileira. A maior esperança de vida de nossa população exige atenção redobrada, pois, sem planejamento, essa conquista não será motivo de celebração no futuro próximo, mas de disputa de recursos públicos e de discursos e interesses irracionais.
Os municípios são solo fértil para iniciativas que façam a conexão entre longevidade e sustentabilidade na medida em que terão de prover as necessidades dos idosos, como a garantia de ar limpo, o que inclui transporte público não só acessível, mas também não poluente e a existência de praças e áreas verdes bem cuidadas em todos os bairros, bons antídotos a doenças respiratórias e cardíacas a que os anciãos estão mais suscetíveis.
A vigilância sanitária terá de ser ainda mais rigorosa sobre os alimentos, que devem ser livres de substâncias que potencializam o desenvolvimento de doenças degenerativas. O sistema público de saúde terá de dar ênfase a programas consistentes e de fácil acesso de detecção precoce de males que comprometem o bem-estar e independência das pessoas. 
A educação é outra importante frente de trabalho para promover ações de não discriminação intergeracional e de aprendizado de primeiros socorros pelos estudantes do Ensino Fundamental e Médio, com incentivos, como bolsas de estudo e outros benefícios, para alunos que abraçarem formações técnicas e superiores voltadas para o bom planejamento e atendimento à população que envelhece. Enfim, este é um retrato da sustentabilidade no espaço urbano.
 
 
4 tons de verde
 
 Curta que eles constroem – 
Cada curtida é um tijolo. Com o objetivo de conseguir 100 mil “curtidas” no Facebook, o Instituto Brasil Solidário (IBS) está promovendo a campanha “Curtir para o IBS Construir”. O projeto tem como objetivo a construção de uma escola pública em uma comunidade carente do Ceará. A campanha já beneficiou quase 4 milhões de pessoas em 149 municípios desde que foi criada, em 2000. A ação no Facebook também serve para conscientizar a população de que pequenos gestos, como curtir uma boa ideia em uma rede social, podem melhorar a vida em regiões menos favorecidas do Brasil. Além da escola, a cidade escolhida para a construção receberá um programa com atividades ligadas à saúde, educação, cultura e meio ambiente com duração de dois anos. Cada curtida que a campanha recebe simboliza um tijolo da escola. O projeto será patrocinado pela Casas Bahia, Fundação Itaú Social e Editora Melhoramentos. Para participar é simples, basta acessar www.facebook.com/institutobrasilsolidario  e clicar no link “Curtir”. 
 
 Saúde bem informada – 
Incentivar a cobertura sobre temas relacionados à saúde pública e qualidade de vida é o objetivo da SUPPORT, divisão de nutrição médica do grupo Danone, que lançou o Programa de Jornalismo em Saúde do Idoso. Uma série de workshops está sendo ministrada aos profissionais da comunicação para desvendar termos médicos e dar acesso a informações corretas que nem sempre a mídia tem divulgado. A crença de que a perda de memória faz parte natural do envelhecimento foi um dos mitos debatidos no primeiro encontro pela neuropsicóloga Gislaine Gil, autora do livro “Memória: tudo que você gostaria de saber, mas esqueceu de perguntar”, da editora Campus-Elsevier. 
 
 VEÍCULO NÃO POLUENTE – 
Tímida, mas meritória é a parceria entre a Prefeitura do Rio, Nissan e Petrobras Distribuidora. Duas unidades do Nissan LEAF, veículo 100% elétrico que não emite poluente e nem faz barulho, estão rodando na capital fluminense, saindo do aeroporto Santos Dumont. Até o final do ano, outros 13 veículos serão adicionados à frota. O que chama a atenção é que a Nissan foi a única montadora a apresentar proposta à chamada pública realizada pelo município, em janeiro, para selecionar veículos elétricos que pudessem compor a frota de táxis. 
 
 Sustentabilidade dose dupla – 
A Duratex, que desde setembro integra a carteira do Dow Jones Sustainability World Index, foi incluída no Dow Jones Sustainability Emerging Markets Index – Índice Dow Jones de Sustentabilidade para Mercados Emergentes. Essa carteira é composta por 69 empresas de países emergentes, sendo apenas 15 brasileiras. Desse total, quatro companhias pertencem ao segmento de materiais de construção, sendo a Duratex a única da América Latina. Para a obtenção desses índices. as companhias passam por uma avaliação abrangente e de longo prazo nos critérios econômicos, ambientais e sociais. “Uma chancela desta relevância atesta o compromisso da Duratex com a sustentabilidade”, comentou o diretor Flavio Donatelli.