Derramamento de óleo

SP: praias do litoral norte sofrem com óleo vazado

19 de abril de 2013

Avaliação do derramamento de óleo no Terminal da Transpetro

Uma semana depois do vazamento, o prefeito de São Sebastião, Ernane Primazzi, disse que ainda é necessário fazer uma avaliação profunda do impacto ambiental provocado pelo vazamento. Mesmo ainda sem ter dimensão dos danos causados, o prefeito afirmou que o vazamento traz inúmeros prejuízos para a cidade.

“Por um período vai afastar o frequentador da praia, gera prejuízo no comércio local. Tivemos contato com os pescadores para saber do impacto desse óleo no dia-a-dia deles e já converso com a Transpetro para fazer uma compensação a esses pescadores”, disse.
Segundo Eduardo Hipólito, secretário de Meio Ambiente de São Sebastião,  o vazamento foi terrível e já trouxe consequências graves para grande parte do litoral. “É um acidente de natureza gravíssima, vários ecossistemas costeiros foram atingidos. Você tem um efeito cascata no meio ambiente, então é muito grave o que aconteceu”, afirmou. Hipólito ainda classificou o acidente como o “mais grave nos últimos dez anos”.
Como o petróleo é composto principalmente de vários hidrocarbonetos e, em porcentagens menores, também nitrogênio, enxofre e oxigênio, acidentes em que há vazamento de petróleo no mar, fazem um estrago ambiental muito grande. Isso porque  estes compostos afetem plantas, peixes, mamíferos e toda a vida animal e vegetal do ecossistema. O petróleo mata primeiro o plâncton, ou seja, os microrganismos vegetais e animais dos quais os peixes se alimentam, provocando uma reação negativa em cadeia. A poluição vem sempre em cascata.
 
Poluição em cascata
Peixes que se alimentam de resíduos acabam sendo envenenados e morrem.  A luz do sol é bloqueada, assim as algas não realizam não realizam mais a fotossíntese (reação em que se retira o gás carbônico (CO2) e libera-se oxigênio (O2) para o ambiente). O resultado é que os peixes da superfície morrem por falta de oxigênio ou morrem intoxicados pelo óleo vazado. 
Substâncias tóxicas se acumulam nos tecidos de mamíferos, tartarugas e peixes, causando distúrbios reprodutivos e cerebrais.Quem sofre muito são também as aves, cujas penas ficam impregnadas de óleo e elas não só não conseguem voar como também acabam afundando e morrendo afogadas. Mangues próximos têm as raízes de suas árvores impregnadas pelo petróleo e assim elas morrem. Peixes, crustáceos e outros animais, que vivem próximo ao mangue, morrem pela falta destas raízes e árvores.
 
 
Noruega na ANP
Como apoio do MMA, foi realizado na Agência Nacional do Petróleo-RJ, o seminário sobre Regulação da Indústria de Petróleo. O evento fez parte das ações de implementação do acordo de cooperação bilateral entre os governos do Brasil-Noruega. Um das peças do acordo é prevenir e estabelecer ações imediatas em caso de acidentes envolvendo derramamento de óleo no mar.
Em 2008, o Brasil assinou Memorando Entendimento para Cooperação com a Noruega, sobre temas vinculados à luta contra a mudança do clima, proteção da biodiversidade e promoção do desenvolvimento sustentável. Para o diplomata Júlio César Baena, o coordenador para Assuntos Bilaterais e Regionais do o MMA, o Memorando “representa um marco importante para o estabelecimento de um diálogo político abrangente e ajuda a estreitar a cooperação para redução das emissões de gases de efeito estufa decorrentes do desmatamento e da degradação florestal, bem como para o desenvolvimento, aplicação e transferência de tecnologias limpas voltadas ao desenvolvimento sustentável”.
Petróleo e gás – O diálogo entre os dois países sobre o meio ambiente do Brasil e da Noruega prevê, ainda, troca de experiências em gestão integrada do ambiente marinho e da regulamentação do setor de petróleo e gás. O acordo também permitirá a capacitação técnica, por meio de oficinas e treinamentos, a partir das competências e necessidades dos dois países, no que se refere às mudanças do clima, conservação e uso sustentável da biodiversidade e controle de substâncias químicas, além de envolver negociações relativas às convenções internacionais de que ambos os países são signatários.