Nhá Chica: a Santa Filha de Escravos
23 de maio de 2013Francisca de Paula de Jesus é a primeira beata afrodescendente. Nhá Chica entra para uma lista de apenas cinco santos e 80 beatos bra- sileiros reconhecidos pela Igreja Católica.
O frei Diamantino Prata de Carvalho, bispo da diocese de Campanha, foi o copresidente da solenidade. “Nhá Chica é a legítima representante do povo também por sua miscigenação. Era descendente de africanos e de brancos, tinha o que chamamos de mestiçagem trigueira. Ela foi a expressão feminina em uma sociedade muito machista. Soube desenvolver, embora analfabeta, dotes e dons que Deus lhe deu, como o de aconselhar a todos aqueles que a buscavam querendo orações. Sua intimidade com Deus a fez intervir a favor da comunidade em que viveu”, diz o frei.
Para dom Diamantino, Nhá Chica foi “capaz de partilhar”. “Ela acolhia gente de todas as classes sociais e repartia com eles o pouco que tinha. Foi conhecida por sua profunda fé. Quando as pessoas se admiravam com seus conselhos, ela dizia: ‘Sou uma pobre analfabeta, mas rezo com fé e Deus faz acontecer’”. Segundo o bispo de Campanha, o ritual deve ser seguido. Após a beatificação, mais um milagre ainda terá que ser comprovado para que o Vaticano reconheça Nhá Chica como santa.
