QUEIMADAS

ALERTA PARA INCÊNDIOS FLORESTAIS

16 de agosto de 2013

Chegou a seca, baixou a umidade do ar e os produtores rurais começam a preparar a terra para plantar… pronto, pode ficar em alerta. Vem aí a temporada de incêndios florestais

A queimada deve ser regida pela aplicação controlada do fogo à vegetação natural ou plantada, sob determinadas condições ambientais que permitam que o fogo mantenha confinada a área, dentro de uma intensidade de calor e uma velocidade de propagação compatíveis com os objetivos do manejo. 
 
A baixa umidade do ar, a seca, a falta de chuva e as altas temperaturas, tudo isso aliado à ação irresponsável do ser humano, é o combustível perfeito para as grandes queimadas e os incêndios florestais.  Desde o início do mês de agosto, os focos de incêndios já freqüentam o mapa do Centro-Oeste, sobretudo do cerrado brasileiro. A gravidade do problema fez o Distrito Federal decretar Estado de Atenção. A medida tem duas finalidades: além de servir de alerta para a população urbana e rural, é também um meio de conscientizar a todos sobre a as formas de prevenir o início das queimadas.
O Instituto Brasília Ambiental – Ibram tomou várias precauções. Segundo a dirigente Renata Fortes, foram contratados mais 25 brigadistas em regime temporário para atender os parques de toda região. Renata Fortes explica que é importante identificar logo os focos de incêndio para que o combate se inicie imediatamente antes que alastre muito. “Nós temos que dar os primeiros socorros, pois nenhum incêndio começa grande por isso temos que ganhar tempo”. 
O Tenente-Coronel Mauro Sérgio de Oliveira do Corpo de Bombeiros os lugares com vegetação mais densa e com maior dificuldade acesso são os mais sensíveis. “Daí a importância de monitorar bem as unidades de conservação. De Janeiro a julho deste ano, segundo Mauro Sérgio, já foram consumidos por incêndios no Distrito Federal mais de 1,3 mil hectares de verde.
 
Monitoramento é essencial
 
Vários estados e o próprio governo federal promovem uma série de ações para minimizar e evitar os incêndios florestais. São comuns a blitzes educativas focadas na prevenção de queimadas em Minas, no Distrito Federal, Goiás, Tocantins e Mato Grosso.
Em Minas Gerais, por exemplo, as ações são realizadas em várias rodovias e nos postos da Política Rodoviária Federal. Durante a ação, veículos são abordados e os motoristas recebem informações sobre os danos causados pelas queimadas e como preveni-las. As ações são integradas por vários órgãos, como Instituto Estadual de Florestas, Corpo de Bombeiros, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), Departamento de Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER/MG), Polícia Militar de Meio Ambiente, Polícias Rodoviária Federal e Estadual e Associação Mineira de Defesa do Ambiente (Amda).
 
Força-Tarefa
Segundo o Secretário de Meio Ambiente de Minas, Adriano Magalhães Chaves, o objetivo é evitar que as queimadas atinjam áreas importantes da biodiversidade mineira. Para isso foi criada a Força Tarefa Previncêndio, que monitora os focos e recebe denúncias e funciona 24 horas, recebendo e repassando as informações de ocorrências de incêndios em UCs.
As aeronaves também estão preparadas para apoiar a Força Tarefa no combate. São dez helicópteros das Polícias Militar e Civil, do Corpo de Bombeiros e da Semad, além de nove aviões Air Tractor, que são aeronaves para lançamento de água, e dois aviões de monitoramento, que estão priorizando a região Norte de Minas.
Paralelamente a isso, a Semad está investindo na contratação de 246 brigadistas, seis vezes mais do que em 2012, para reforçar o combate nas 20 unidades de conservação mais críticas do estado em relação às ocorrências de incêndios.
O objetivo do fortalecimento da Força Tarefa é diminuir cada vez mais o número de incêndios florestais em Unidades de Conservação. No ano passado, houve redução de 60% da área atingida pelo fogo no interior das UCs de proteção integral em relação 2011. Este ano, foram registradas 75 ocorrências de incêndio nas áreas de preservação estaduais. No ano passado foram 82 registros de janeiro a julho.
 
 
Queimadas nas práticas agrícolas
Tanto o Corpo de Bombeiro como os técnicos do Instituto Nacional de Meteorologia têm a mesma opinião: de ano para ano aumentam os focos de incêndio e as causas estão aí nos jornais: aquecimento global, mudanças climáticas e falta de atenção da população e produtores rurais. 
O descontrole do fogo com a   prática das queimadas na agricultura cria um desequilíbrio ambiental, perda de fertilidade do solo, poluição, destruição das redes de eletricidade,   de cercas e muitos acidentes rodoviários e até aéreos, quando a fumaça atinge regiões próximas a aeroportos. 
Em toda estação seca, quando acontecem os incêndios florestais, há grandes prejuízos para o Brasil.
 
O fogo afeta diretamente os processos físico-químicos e biológicos dos solos, deteriora a qualidade do ar, reduz a biodiversidade e prejudica a saúde humana. 
 
Impacto ambiental
  É grande a preocupação das comunidades científica e ambientalista com as queimadas e com os incêndios florestais. Pedem, inclusive, mais atenção do governo para mobilizarem a sociedade em geral e os produtores rurais em particular no sentido de divulgarem ações e campanhas de controle do uso do fogo na agricultura.
Entre estas ações, os ambientalistas pedem a divulgação de tecnologias alternativas já disponibilizadas pela reduzir a prática da queimada no manejo da terra. São tecnologias que evitam os incêndios e queimadas e ainda podem garantir a produtividade da lavoura.
A verdade é que o uso das queimadas pelos agricultores é antigo e tem como finalidade a limpeza das áreas, a queima de resíduos para eliminar pragas e doenças,   a renovação de pastagens, a queima de dejetos de serrarias e de lixo urbano ou ainda como técnica de caça.
Segundo os cientistas, o fogo afeta diretamente os processos físico-químicos e biológicos dos solos, deteriora a qualidade do ar, reduz a biodiversidade e prejudica a saúde humana. 
Isso sem falar na alteração da composição química da atmosfera, com o aumento do efeito estufa, e a maior penetração da radiação ultravioleta, com a destruição da camada de ozônio. E mais: ao escapar do controle, o fogo atinge tanto o patrimônio público quanto o privado, como florestas, cercas, linhas de transmissão e de telefonia e construções. 
 
 

Saiba mais

O que é queimada?

A queimada é prática agropastoril ou florestal que utiliza o fogo de forma controlada para viabilizar a agricultura. A queimada deve ser regida pela aplicação controlada do fogo à vegetação natural ou plantada, sob determinadas condições ambientais que permitam que o fogo mantenha confinada a área, dentro de uma intensidade de calor e uma velocidade de propagação compatíveis com os objetivos do manejo. A queima deve ser autorizada pelo Ibama ou pelo órgão estadual competente.

 

Onde é proibido usar fogo

Nas florestas e demais formas de vegetação;

Para queima pura e simples de aparas de madeira, resíduos florestais e material lenhoso;

Também não se pode usar fogo numa faixa de 15 metros dos limites de segurança das linhas de transmissão de energia elétrica;

Cem metros ao redor da área de domínio de subestação de energia elétrica;

Vinte e cinco metros ao redor da área de domínio de estações de telecomunicações;

50 metros a partir do aceiro existente nas unidades de conservação;

15 metros de cada lado das rodovias estaduais e federais e das ferrovias, medidos a partir da faixa de domínio;

Em área definida pela circunferência de raio igual a onze mil metros, tendo como referência o centro geométrico da pista de pouso dos aeroportos.

 

Queimada controlada

O fogo sem controle incide sobre qualquer forma de vegetação, podendo tanto ser provocado pelo homem quanto por uma causa natural. Veja como fazer a queima controlada:

1 – Conseguir autorização correta dos órgãos ambientais competentes;

2 – Definir as técnicas, os equipamentos e a mão-de-obra a serem utilizados;

3 – Fazer o reconhecimento da área e avaliar o material a ser queimado;

4 – Promover o enleiramento dos resíduos de vegetação, de forma a limitar a ação do fogo;

5 – Preparar aceiros de no mínimo três metros de largura, ampliando essa faixa quando as condições climáticas, ambientais e topográficas assim o permitirem;

6 – Providenciar pessoal treinado para atuar no local da operação, com equipamentos apropriados;

7 – Comunicar formalmente aos vizinhos a intenção de realizar a queimada controlada;

8 – Prever a realização da queima em dia e horário apropriados, evitando-se os períodos de temperatura mais elevada;

9 – Providenciar o acompanhamento de toda a operação de queima, para, se necessário, adotar a tempo, medidas de contenção de fogo.