Cartas

23 de setembro de 2013

Opinião dos leitores

As flores do Ipê
Como é bom contemplar a natureza! Como é bom acompanhar a transformação de uma planta ou de uma árvore, seguindo seus estágios, suas estações, seu ritmo e sua harmonia?
Guardo lembranças inesquecíveis da minha infância, que me acompanharão por toda a vida. Uma delas é o Ipê (tabebuia alba) , essa árvore colorida, soberba, atraente… Aprendi com meus pais, que essas árvores são sagradas porque, a pedido de Deus, elas devem vestir-se de festa para mostrar que a cada ano, a vida se renova no final do inverno e na chegada da primavera. 
Os Ipês roxo e branco florescem entre junho e agosto; o amarelo e o rosa de agosto a setembro. Eles cumprem assim uma aliança feita entre Deus e a natureza: por acolher os pássaros que fazem seu ninho nos galhos secos, Deus pediu que os Ipês se vestissem de flores de várias cores para expressar o milagre de amor de Deus pela natureza e pelos seres que vivem na terra. 
Então, cada árvore floriu na cor do pássaro que fez seu ninho nela, agradando assim ao Criador. Felizmente os Ipês saíram das matas e sertões e irromperam no meio do asfalto. Eu, particularmente sinto uma alegria infindável, ao chegar até minha janela e contemplar as frondosas árvores de cores diversas a enfeitar minha selva de pedra. 
Dizem, até, que os Ipês têm sentimentos e por essa razão cumprem ano a ano sua promessa para com Deus. A exuberância de seu florescimento encanta namorados, escritores e poetas. Nenhuma outra árvore foi tão cantada em verso e prosa. São dezenas de poesias, contos e sonetos. Acabou inspirando até os políticos, que elegeram o ipê-amarelo como a Flor Nacional.
Bernadete Gorgulho Vergueiro  – São Paulo – SP
 
 
Alerta Florestal
Diante de nossos olhos a floresta é devastada, incendiada e homens sem escrúpulos mancham de sangue seu solo puro e inalienável, com sua sede intragável de ganância, ambição e devassidão degradante. Mas não ficaremos impassíveis diante desta situação.
O Pará tem 70% do seu território coberto por florestas, o que dá ao estado uma forte vocação florestal. No entanto, nunca houve políticas públicas que priorizassem a área de forma adequada. Nosso alerta é sobre a gestão de florestas públicas, sobre a manutenção de áreas de proteção e conservação, sobre a produção florestal e sobre o ordenamento das reservas de preservação permanente.
Paulo C.R. Moraes – Belém- Pará
 
 
Invasores do JB-RJ
Antes de tecer críticas, crônicas ou o que seja, as pessoas deveriam antes estudar para abrir seus corações, olhos e mentes. As opiniões despendidas na página 4 deste veículo de comunicação, de julho/2013, não só desconhece o que seja stalinismo, porquanto sob a égide deste, jamais teria espaço para falar tanta asneira. Nunca foi ao “santuário” JB e nem onde residem os moradores chamados de “invasores oportunistas”. Na verdade, são funcionários públicos e seus descendentes, residentes em moradias construídas com recursos próprios, em terrenos cedidos em aforamento, pela própria União. 
Aquele Parque Florestal era aberto ao público de forma gratuita. Este direito social de moradia, que foi adquirido legalmente, tanto que respeitado até mesmo pela “famigerada” ditadura militar, é ora contestado, por terceirizados, usurários e avarentos, que exploram mercantilmente o antes santuário popular, gananciosos, como a própria missivista apócrifa, achando que o planeta foi concebido para si.
Aglaete Nunes Martins – neta de Jose Ignácio Nunes –  [email protected]
 
 
Jardim Botânico
Parabéns a esse jornal e a toda equipe por defender o Jardim Botânico do Rio contra as invasões. Taí um jornal comprometido com o bem público e que tem coragem para denunciar os maus feitos dos políticos.
Caio M. Orion – Rio de Janeiro-RJ
 
 
Naturalistas viajantes
Não posso passar em branco. Tenho que parabenizar o jornal e cumprimentar o autor Miguel Flori pela série que está fazendo sobre os “Descobridores do Brasil”. Alguns eu até conhecia, mas outros não. A história  deles contada de maneira bem interessante e a obra deles é de deixar qualquer um encantado. Como professor, digo que vocês cumprem um papel não só de cidadania, mas também de cultura e de valorização da História.  Marianne North, Peter Lund, Darwim, Eugênio Warming e agora Peter Brandt são verdadeiros descobridores desse Brasil diverso e muito exótico. 
Pedro D.K. Leme –  Belo Horizonte – MG

 

Meio Ambiente & Evolução Humana
 
Parabéns pela edição de agosto de 2013 da Folha do Meio Ambiente que traz matérias relevantes sobre a evolução humana e o meio ambiente.  A importância da linguagem visual é destacada na matéria sobre Peter Brandt, que evoca em sua linguagem artística a beleza da região cárstica de Lagoa Santa, onde Peter Lund fez descobertas arqueológicas fundamentais para entender a história da ocupação humana no nosso continente.
 As matérias sobre a seca e incêndios florestais e sobre a chuva e as enchentes chamam a atenção para os eventos climáticos críticos pelos quais passamos nessa etapa do período antropoceno da história  da Terra. Muitos deles estão  sendo intensificados pela ação humana. Muito oportuno o destaque da fotografia com uma linguagem forte e expressiva para transmitir valores de proteção ao ambiente.
Maurício Andrés – [email protected]  – Autor de “Meio Ambiente & Evolução Humana”.
 
 

Salve a Serra da Cantareira
Depois de lutar durante mais de vinte anos contra a construção do ramo norte do Rodoanel de São Paulo, militantes ambientalistas de São Paulo prepararam uma manifestação de repúdio ao desmatamento promovido pelo governo de São Paulo na Serra da Cantareira, principal reserva florestal da capital paulista.
Em agosto, fiscais da Prefeitura flagraram o desmatamento irregular de cerca de 4 mil m2 próximo aos parques do Bispo e Itaguaçu. A obra foi embargada. Mas o Dersa declarou que não irá parar a obra, deixando assim de reconhecer o embargo. 
Segundo moradores e funcionários do Instituto Florestal, já foram decepadas milhares de árvores apenas para a passagem das máquinas de escavação dos túneis.
É bom lembrar que a Cantareira, uma das maiores florestas em área urbana do mundo, é um bem tombado e patrimônio verde reconhecido pela Unesco. Na Cantareira habitam endemicamente mais espécies de aves do que na França inteira. Há também bugios, micos-leões, esquilos, lagartos, serpentes e até felinos de grande porte, as onças.
Além disso, há córregos e riachos que nascem aos milhares ao pé da Serra da Cantareira, e que já estão sendo atingidos pela obra, em desrespeito ao próprio traçado do projeto definido pelo EIA-RIMA.
Regina Rocha   (11)  99440-4189 – São Paulo – SP