Estação Comandante Ferraz

Marinha quer inaugurar nova estação na Antártica em 2015

18 de outubro de 2013

Estação Comandante Ferraz custará R$ 110 milhões e edital para construção está pronto para sair.

 
 
O projeto executivo da nova estação antártica Comandante Ferraz ficou pronto. Agora a Marinha do Brasil prepara o edital de licitação para a construção do novo complexo,  estimado em R$ 110 milhões.  O projeto foi elaborado pelo escritório de arquitetura Estúdio 41, de Curitiba, e levou em conta considerações da Marinha e dos ministérios do Meio Ambiente e da Ciência, Tecnologia e Inovação.
 
O edifício principal terá uma área total de 4.500 m² e as unidades isoladas, como as torres de energia eólica e a área para helicópteros, somarão outros 500 m². A nova estação terá capacidade para abrigar 64 pessoas, segundo a Marinha.
De acordo com a corporação, entre dezembro deste ano e janeiro de 2014 serão feitos o levantamento geotécnico do solo e iniciado o plano de remediação da área afetada pelo incêndio, no intuito de descontaminar o solo do local.
 
Segundo um estudo feito pelas universidades Federal de Viçosa e Federal de São Carlos, solo da antiga estação Comandante Ferraz estaria contaminado por metais pesados como cobre, chumbo e zinco em níveis muito acima dos valores permitidos pelo Conama.
Em março de 2014 será iniciada a instalação das fundações da nova estação científica. De março a outubro do próximo ano serão construídos os módulos do complexo, adquiridos os equipamentos e realizada a pré-montagem da estação – procedimento será realizado no Brasil ou fora do país, definição que depende da empresa que ganhar a licitação da Marinha. Hoje a estação está funcionando com um módulo provisório que substitui estação oficial.
 
Pesquisas: destruição pelo incêndio
De acordo com o coordenador de projetos científicos do Programa Antártico Brasileiro (Proantar), Jefferson Simões, 40% das investigações brasileiras realizadas na estação foram destruídas pelo incêndio. 
Com as instalações provisórias, é provável que as pesquisas sejam integralmente retomadas na partir da 32ª Operantar, que teve início neste mês e deve durar até março de 2014.
As investigações científicas realizadas pelo Brasil na Antártica podem ajudar no serviço de meteorologia, na previsão de frentes frias e no impacto que elas causam em atividades agropecuárias do país.
Ao mesmo tempo, os estudos ajudam a entender os efeitos da mudança climática global, provocada pelo excessivo lançamento de gases causadores do efeito estufa, responsáveis por aquecer o planeta e provocar um acelerado degelo da região.