Essas Garças e suas Garcinhas

11 de fevereiro de 2014

As cores da vida no ninhal da ilha dos Amores no Parque das Águas de São Lourenço-MG

“A volta das garças para seu ninhal, na Ilha dos Amores, é um momento mágico que precisa ser compartilhado entre todos os amantes da natureza. Nossos turistas precisam ter a oportunidade de uma oração musical, cultural e ambiental às margens de nosso lago”, explica Rachel Cohen. Para a idealizadora do “Entardecer com as Garças”, projeto   turístico-cultural  envolve   conhecimento, muita   pesquisa   e   amor   pelo   tema. 
 
 “No   corpo   do   Projeto     foi sugerido   que   se   construíssem   tótens   com   informações   sobre   a   fauna   e   a  flora   do   Parque   e   de   nossa   região. Nossa intenção é justamente conscientizar, despertar   a   curiosidade, valorizar a pesquisa   e aumentar contemplação   dos   ricos   elementos   que   compõem   nosso Parque   das Águas e   nossa   região”, destaca. Rachel. Os objetivos destacados por Rachel são vários. “Além de conscientizar sobre as   belezas naturais e de fortalecer o valor da educação, queremos difundir as   benesses   medicinais e terapêuticas das   águas  do parque de São Lourenço”.
“O “Entardecer das Garças” sensibiliza e provoca nas crianças e adultos não só o valor da preservação e da pesquisa, mas também o valor da leitura e da preservação. A defesa da natureza e do meio ambiente tem de ser uma constante no nosso comportamento em relação à natureza”. 
 
Garças e garcinhas – Vera Vaz de Mello, diretora do Parque das Águas, acompanha toda a movimentação das garças de perto. “É belo demais – diz ela – mas para continuar belo precisamos valorizar e proteger essas aves. A primeira iniciativa para que se valorize a natureza é justamente levar a toda a população o conhecimento sobre as garças. Valoriza-se e se protege o que se conhece e o que se ama. O “Entardecer com as Garças” também tem esta função”.
 
Família – As garças são da família Ardeidae. Segundo o ornitólogo Johan Dalgas Frisch, Ardedae é a família de aves Pelecaniformes que vivem em bandos junto a lagoas, charcos e lagos. Alimentam-se sobretudo de peixes, sapos e insetos, como a garça-vaqueira. Uma das principais características das garças desta família é a de voarem com o pescoço encolhido, ao contrário do que fazem os jaburus e maguaris, que voam com o pescoço esticado. Outra característica consiste no bico comprido e reto.
No Brasil há quatro tipos de garças da família Ardeidae:  Garça-real (Pilherodius pileatus); Socoi (Ardea cocoi); Garça-branca(Egretta Alba); Garcinha-branca (Egretta-thula); Garça-vaqueira ou garça-carrapateira (ardea bubulcus).
 
A garça vaqueira – Os adultos desenvolvem, durante a época de reprodução,  plumagem laranja-amarelo-amarronzado na parte traseira, peito e coroa, e no bico, as pernas e as íris tornam-se vermelho brilhante por um breve período antes da união para acasalamento. A garça-vaqueira nidifica quase sempre em colônias.
O ninho é uma pequena plataforma desordenada de gravetos em uma árvore ou arbusto construído por ambos os pais. Gravetos são recolhidos pelo macho e arranjados para a construção do ninho pela fêmea. O tamanho da ninhada pode ser de um a cinco ovos, apesar de três ou quatro ser mais comum. Os ovos pálido azul-branco medem cerca de 45 mm × 53 mm. A incubação dura em torno de 23 dias, com ambos os sexos fazendo incubação partilhada. 
 
Os filhotes não são capazes de se defender sozinhos. Eles se tornam endotérmicos (conseguem manter uma temperatura interna estável). 
 
As penas chegam entre 13-21 dias. Eles começam a sair do ninho e subir nos galhos por volta de duas semanas, emplumam em 30 dias e se tornam independentes em torno de 45 dias. 
Segundo Vera Vaz de Mello, atualmente no Parque das Águas de São Lourenço existem mais de 200 aves no ninho. E as garças e suas garcinhas vão fazendo graça para tornar a vida mais bela, mais emocionante e ensinando aos homens de boa vontade a respeitar mais a natureza. 
E como diz a poesia:

VÔO DA GARÇA BRANCA

Silvestre Gorgulho (9/novembro/2013)


Mesmo com pés no chão
Voei na minha saudade
Nas asas da garça branca
Que deixou longe a barranca
Pra pousar meu coração.

Metade de mim é garça
Que abre as asas pro além
A outra metade é bicho
Que tem sempre por capricho
Voar em sonhos também.

Meu voar galopa e dança
Forte, tranquilo e bonito
Nas asas dessa lembrança
Eu vôo que nem criança
No céu azul do infinito.

São Lourenço tem sabores
Tem garça vestida em flores
Tem Parque, música e cores
E ninhando a natureza
Pra completar a beleza
Tem a Ilha dos Amores.