GOL VERDE

Legado ambiental da COPA DO MUNDO

25 de julho de 2014

14 empresas aderiram ao projeto de compensação das emissõesa de gases gerados pela Copa do Mundo

A primeira Copa do Mundo que se preocupou com o meio ambiente foi a de 2006, na Alemanha. (Incrível, sempre a Alemanha…), quando o capitão e coordenador do projeto “Green Goal”, Klaus Toepfer, pela primeira vez na história dos grandes eventos esportivos, tomou os devidos cuidados com o meio ambiente.  A iniciativa alemã deixou um forte legado e praticamente obrigou a FIFA a ter preocupação ambiental com todas as Copas seguintes, a da África do Sul e agora a do Brasil.
 
O projeto da Copa da Alemanha neutralizou cerca de 100 mil toneladas de dióxido de carbono geradas pelo sistema de transportes, construção e manutenção dos estádios da Alemanha. E, também, pela presença dos mais de 3,2 milhões de espectadores. Na Copa do Brasil, o diferencial se deu no sistema de governança montado para a estruturação da Agenda, com participação dos atores envolvidos na CTMAS e na criação de Câmaras Locais de Sustentabilidade.  Segundo o ambientalista, ex-Secretário Executivo do Ministério do Meio Ambiente Cláudio Langone, pode-se destacar como diferencial no Brasil como sendo a primeira Copa em que todos os estádios passaram por processos de certificação em construção sustentável. Além disso, são pioneiros a iniciativa de promoção de produtos orgânicos e sustentáveis e o fornecimento de alimentação orgânica aos voluntários, a inclusão de catadores de materiais recicláveis, o Selo Baixo Carbono – mecanismo de arrecadação de créditos de carbono para a compensação das emissões da Copa, bem como a campanha “Passaporte Verde” voltada ao setor turístico.
O “Passaporte Verde”, lançado na Copa da África do Sul,  foi totalmente reformulado para a Copa no Brasil. A nova marca e ferramentas desenvolvidas em função da Copa no Brasil foram adotadas globalmente pelo PNUMA – Programa de Meio Ambiente da ONU.
 
Legado para 2016
Um dos legados mais importantes da Agenda de sustentabilidade da Copa no Brasil é que grande parte dos esforços e estratégias desenvolvidos para 2014 poderão ter rebatimento na Agenda de Sustentabilidade dos Jogos Olímpicos de 2016, pois envolvem os mesmos atores institucionais.
 
CRÉDITO DE CARBONO
Pelos últimos levantamentos, o País já compensou nove vezes mais do que o estimado para as emissões diretas de gases de efeito estufa gerados pela Copa do Mundo. Até agora, foram compensadas 535,5 mil toneladas de gás carbônico equivalente (tCO2eq), unidade de medição dos gases que interferem no aquecimento global. O valor ultrapassa as 59,2 mil tCO2eq estimadas para atividades como obras, uso energético nos estádios e deslocamento de veículos oficiais.
A adesão não envolve qualquer transação financeira e as companhias que participarem da iniciativa receberão o Selo Baixo Carbono, além de serem incluídas em uma listagem organizada pelo poder público como doadoras oficiais de créditos de carbono da Copa do Mundo de 2014.  
A chamada pública é uma ação do governo federal alinhada à iniciativa privada, conforme prevê o Artigo 65 da Lei Geral da Copa. 
Com isso, companhias de todo o país doaram Reduções Certificadas de Emissões (RCE), os créditos de carbono, que são projetos de compensação de emissões certificados pela ONU.  
As projeções de emissões constam em um inventário coordenado pelo MMA. Segundo o estudo, a Copa gerou emissões totais diretas e indiretas da ordem de 1,406 milhão de tCO2eq. Do total, 87,1% vêm do transporte aéreo internacional e 9,2%, dos voos nacionais (emissões indiretas). O restante se divide entre hospedagem (1,8%), obras (0,5%) e operações (1,4%). Apesar de considerado um fenômeno natural, o efeito estufa tem sido intensificado nas últimas décadas acarretando mudanças climáticas. Essas mudanças decorrem do aumento descontrolado das emissões de gases como o dióxido de carbono e o metano.
Lista das empresas: Aperam South America  – Arcelormittal Brasil – Bunge Brasil – Estre Ambiental  – Gerdau – Plantar Carbon Ambiental  – Rhodia –  Rima Industrial – Sinobras Siderúrgica Norte Brasil – Solvi Participações  – Tractebel Energia  – Usiminas – Vallourec Tubos do Brasil – Waycarbon Soluções Ambientais e Projetos de Carbono.