Recife Coração

27 de agosto de 2014

Pesquisadores descobrem na Bahia recife de corais em forma de coração

 
No sul da Bahia foi descoberta uma formação de recifes localizada em mar aberto, que passou anos despercebida dos pesquisadores do Projeto Coral Vivo.   Com a forma de um coração, o recife foi encontrado durante expedições para o mapeamento do Parque Municipal Marinho da Coroa Alta, em Santa Cruz Cabrália (BA). Nos paredões, há grandes colônias do coral da espécie casca-de-jaca (Montastraea cavernosa). “É o ‘coração’ dos recifes de coral do Brasil”, comemora o biólogo marinho e coordenador executivo do projeto, Gustavo Duarte. O ‘coração’ está localizado ao sul do complexo de recifes do Parque de Coroa Alta, conhecida como Alagados.
  A equipe do Coral Vivo está percorrendo uma área de aproximadamente 75 km² com a utilização de equipamentos que registram o fundo do mar como se fossem um scanner, identificando o que é areia, lama, corais e rochas. Graças a esses recursos, os pesquisadores puderam identificar o recife “coração”, que fica submerso. Os pesquisadores avaliaram que a parte mais profunda da região onde está localizado o ‘coração’, tem mais de dez metros e a mais rasa tem, no máximo, três metros.
  Em 2015, está prevista a publicação desse mapeamento físico do complexo de recifes da Coroa Alta, que será distribuída nas prefeituras próximas à região, aos que trabalham na área. O mapeamento também estará disponível no site www.coralvivo.org.br, assim como o Atlas do Parque Municipal Marinho do Recife de Fora, localizado na costa de Porto Seguro.
 
 Sobre o Projeto Coral Vivo
O projeto também investe em tecnologia para estudar os corais. Um exemplo é o sistema Mesocosmo Marinho construído na sua base, localizada no Arraial d’Ajuda Eco Parque, sul da Bahia. Inédito na América Latina, o sistema avalia os efeitos de mudanças climáticas em corais e outras espécies marinhas. Os testes são realizados em dezesseis tanques, que recebem água do mar continuamente. São feitas as simulações de aumento de temperatura e acidez (pH) previstas com as alterações climáticas. Com os testes, será possível observar que tipo de alterações fisiológicas os corais e outras espécies marinhas brasileiras podem sofrer com o aquecimento global.
  “O ambiente recifal é muito sensível a essas mudanças, por isso é importante conhecer os seus limites. Em cada lugar do mundo essas adversidades impactarão de alguma forma e é essencial que conheçamos quais serão os efeitos do aquecimento global no Brasil”, ressalta Clovis Castro, coordenador do projeto.