Cartas
19 de dezembro de 2014Ganhou perdendo O senador Aécio Neves, em entrevista ao jornalista Roberto D’Ávila na GloboNews, entre outras afirmações duras sobre a corrupção instalada e descoberta na Petrobras, abriu caminho para investigações em outros órgãos do governo. O senador, com a autoridade de preferido por quase metade dos eleitores, não estampa na face a insatisfação de ter… Ver artigo
Ganhou perdendo
O senador Aécio Neves, em entrevista ao jornalista Roberto D’Ávila na GloboNews, entre outras afirmações duras sobre a corrupção instalada e descoberta na Petrobras, abriu caminho para investigações em outros órgãos do governo. O senador, com a autoridade de preferido por quase metade dos eleitores, não estampa na face a insatisfação de ter sido derrotado, mostra, sim, o espanto com as dimensões dos escândalos que atingem o governo, a presidente, o ex-presidente e antigos detentores de funções públicas enraizados, há anos, nas tetas públicas. Um dirigente do Partido dos Trabalhadores, assumindo a defesa do governo que não é só seu, disse que, apesar de não ter assistido a entrevista, irá fazê-lo para verificar a possibilidade de processar o senador Aécio, líder da oposição. É bom que os defensores do governo sejam cuidadosos com a idéia de acionar a justiça contra o senador, pois ele poderá arguir a exceção da verdade e demonstrar à saciedade a veracidade das afirmações.
As palavras do senador Aécio Neves não são só dele. Transmitem o sentimento de milhões de brasileiros cansados de tanto desaforo e de tantos descalabros praticados por políticos que deveriam estar defendendo os interesses públicos. Não há, hoje, lugar em que não se ouça um cidadão reclamando e se sentindo enganado pelas promessas de campanha da presidente reeleita. A força da realidade empurrou a presidente para as soluções pregadas pelos candidatos da oposição. Como disse Marina Silva, Dilma ganhou perdendo!
Paulo Castelo Branco
[email protected] – Brasília – DF
Parque da Gandarela
Sou leitora deste jornal há mais de 15 anos. Acompanho este trabalho sério com carinho. Depois da leitura, passo meu exemplar para a escola de meu filho. Eu sei que é bem usado, pois conheço sua professora e ela sempre comenta matérias comigo. Escrevo também para dizer que as várias reportagens feitas sobre a região da Gandarela são verdadeiras, oportunas e acrescenta um pouco mais de luz e apoio sobre nossa luta a favor da Serra da Gandarela e também sobre a irmã Serra do Caraça.
Jô A. Lima – Belo Horizonte – MG
Transposição e a crise da água
Estou indignada com a falta de gestão pública brasileiro no que diz respeito aos recursos hídricos. Toda crise de abastecimento de água em São Paulo e em outras cidades é o tipo da “crise anunciada”. Toda crise nas barragens para geração de energia também é culpa da seca, evidentemente, mas também pela falta de planejamento. O Brasil é assim mesmo: antes de se preocupar e investir na gestão da água, se pensa logo em obras mal planejadas e mal feitas. Um exemplo? Tem muitos. Mas o mais gritante é o caso da Transposição do rio São Francisco. Antes mesmo de educar a população para o uso correto de água, já se gasta bilhões de dólares numa obra faraônica que não acaba nunca. Um valor que começou em 4 bilhões e já passa dos 20. A improvisação e a politicagem são duas faces de uma mesma moeda: dinheiro público jogado no lixo. Melhor: no bolso de empreiteiros e partidos políticos. Triste Brasil.
Teo B. Castro – Maceió – AL
Expedição Langsdorff
Como é bom acompanhar esta expedição que deixa nós leitores curiosos e estupefatos com tamanha aventura lá pelos anos de 1800. Acho que o envolvimento do cônsul Langsdorff com o Brasil foi muito importante. Não só porque ele fez um inventário biológico, cultural e histórico sobre toda região que percorreu entre o RJ, MG, SC, MT e PA, mas também porque ele trouxe outros cientistas da Europa, desenhistas de primeira grandeza e historiadores renomados para ajudá-lo na tarefa. Parabéns ao jornal por trazer luz sobre um trabalho esquecido no tempo e que os brasileiros pouco conhecem.
Cesar G. Ramos – Cuiabá – MT
SECA E TRANSPOSIÇÃO
Li a entrevista com o Agrônomo Geraldo Gentil sobre as ações do ser humano no ambiente e a seca que até pouco tempo assolou o sudeste, inclusive as nascentes do rio São Francisco. Ele tem toda razão: “O Homem atriu a caixa de Pandora: derretem os polos e os glaciares dos cumes, arde a Amazônia e rugem as motosseras, avança a cana e o capim braquiária, berra o boi nelore indiano e os oceanos geram excêntricos El Ninos…”
A reportagem da TV Globo sobre o Mar de Aral ainda martela na minha cabeça. E fica a pergunta: – Será que esse projeto de Transposição do rio São Francisco não vai provocar num “novo mar de Aral” no Nordeste brasileiro?
Será que sem o manejo e o gerenciamento racional das águas do Velho Chico, tanto a água da transposição como a água do rio e das barragens não serão desperdiçadas?
Não sei não, mas alguma coisa me diz que o Brasil precisa sofrer muito de falta d’água, sofrer muita sede e ter muito problema de racionamento para que os brasileiros aprendam de uma vez por todas que sem uma gestão eficiente do Estado e de cada habitante um dia vai faltar água pra valer. E aí, quem sabe, vamos parar de fazer de nossos rios verdadeiros lixões a céu aberto.
Donizete G. Alves – Recife – PE
E FUROU A CANTAREIRA…
Acho que as barragens de São Paulo estão furadas. E o furo é grande. Muito grande. Olha que a gente está vendo chover, os jornais noticiam cada dia uma nova chuvarada, o trânsito fica caótico com a chuva e, pelo jeito, quando a gente vê as Cantareiras da vida, parece que a temporada de chuvas de verão nem começou. É só ligar o noticiário para escutar: – O nível dos reservatórios continua caindo em São Paulo, agravando a crise de água.
Esses dias choveu nada menos 53 milímetros no centro de São Paulo. A única coisa que subiu foi o nervosismo dos motoristas com os alagamentos e o caos que virou o trânsito.
O resto, como o nível de água no sistema Cantareira,
continuou caindo. Foi de 9,3% para 9,2%. Alguém pode explicar e falar a verdade sobre o que está acontecendo com a gestão de água em São Paulo? Para mim há algum rombo, um buraco sem fundo, no chão de São Paulo.
Anna Moreira H. Castro – São Paulo – SP