Coluna do meio

24 de fevereiro de 2015

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Tambaba: Carnaval sustentável
  • Aproveitar a alegria e brincadeiras do Carnaval para mobilizar a comunidade e turistas para a preservação da Mata Atlântica e da praia de Tambaba é  valorizar o samba e a educação.
  • Amparado na filosofia preservacionista e ambientalista, o bloco “PEGA na BILUCA”, é o grande destaque do Carnaval do litoral sul da Paraíba, na Costa do Conde. 
  • A festa todo ano é organizada por Marcus Bilu e Rosana Diniz. O casal é guia de trilhas e caminhadas na Área de Proteção Ambiental da praia de Tambaba. 
  • Ao som de orquestra de frevo, o desfile é liderado pela representação dos seus personagens símbolo: Luz del Fuego, Medusa e uma cobra jiboia de 10 metros, confeccionada por Rosa Diniz e o artista plástico Serge Huot.
Carnaval contra a especulação imobiliária
O samba não atravessou em Tambaba.
  • Considerada uma das praias mais lindas do planeta, a APA de Tambaba sofre hoje com a forte especulação imobiliária. 
  • Há um projeto para construção de um complexo turístico com quatro resorts.
  • Tudo dentro da APA, de 11 mil hectares, um dos principais patrimônios ambientais do litoral nordestino.
  • O Carnaval deste ano homenageou a  Associação Paraibana de Amigos da Natureza, criada em 1978 pelo agrônomo e professor da UFPB, Lauro Pires Xavier. 
  • A APAN luta pela preservação da área e está contra a ocupação desordenada do litoral paraibano. 
 
SOS APA de Tambaba
  • “Pega na Biluca” é o primeiro bloco de Carnaval da Paraíba que nasceu para defender a ecologia. Os passistas levantam a bandeira das questões ambientais e da preservação em um dos maiores cartões postais do estado – a praia naturista de Tambaba.
  • O nome do bloco é referência a um dos animais mais conhecidos e temidos, desde o inicio das civilizações: a serpente. 
  • Cobras jiboias, aves, pequenos mamíferos, além de inúmeros répteis (muitos em extinção) fazem morada no resquício verde que protege as belezas naturais da praia da APA) de Tambaba.
 
Carnaval da sustentabilidade
  • Por apresentar ainda sítios arqueológicos e artefatos indígenas, a APA carece de pesquisa e estudos.
  • Um fator gera o ambiente mágico e insere os foliões e turistas à natureza local: o Ritual da Jurema. 
  • O ritual sagrado era cultivado pelos índios tabajaras que habitavam a região e revivido pelos habitantes locais.
  • Diante de tanta história, moradores, naturistas, ambientalistas, artistas, ciclista e surfistas criaram o movimento sob a proteção do Rei Momo: 
  • “SOS Tambaba – Todos pela sustentabilidade de todos”.
 
 
Lixão no rastro das festas populares
  • A pergunta pode ser feita por um cidadão civilizado que vai à praia, anda nas ruas e visita os rios que cortam as cidades brasileiras. Sobretudo depois dos grandes eventos como o Reveillon e o Carnaval.
  • A pergunta ‘Onde foi que errei?’ pode ser feita por um ministro de estado, pelos governadores, pelos prefeitos ou pelos presidentes de empresas de lixo.
  • O fato é que depois das grandes festas populares, cidades pequenas e grandes parecem tomadas por uma onda de sujismundos.
  • Quão longe estamos de ter consciência sobre o respeito aos outros e ao meio ambiente que nos cerca?