Folha do Meio Ambiente

A água faz parte da vida em todas as  fases. Da água se tira o sustento em alimentos, se produzem os bens de consumo, se incrementam os transportes e se alegra o viver. Os centros urbanos são cada vez mais dependentes da água e com um agravante: a cada ano que passa as cidades vão buscar água mais longe e mais cara. 

A crise da água que o Brasil viveu em 2001 e agora a do ano passado trouxeram várias lições. Primeiro, o brasileiro sentiu que a cultura da abundância de água acabou. Depois que a água não é um bem infinito. 

A NASA gastou 850 milhões de dólares num projeto para explorar o planeta Marte. Construiu duas naves que percorreram 487 milhões km cada uma (a circunferência da Terra no equador tem apenas 40.075 km) e depois de uma viagem de sete meses a nave pousou no planeta vermelho. Bem, o fato é que com esse projeto fantástico da NASA, somado ao projeto Mars Express da Agência Espacial Europeia – AAE, gastaram-se alguns bilhões de dólares com um único objetivo: saber se em Marte teve, tem ou terá água. Verdadeiramente, um pingo d’água mudaria tudo. Aí está o grande significado e o alcance do valor da água para a vida. 

Como os animais e as plantas, a indústria e o agronegócio também não vivem sem água. O Brasil é um país industrializado. O parque industrial brasileiro é sofisticado e começou a se formar a partir da segunda metade dos anos 30, momento em que o governo Getúlio Vargas, percebendo a necessidade de luz e força elétricas para acionar as fábricas, editou o Código de Águas (1934). O Código privilegiou de todas as formas o uso dos recursos hídricos para a geração hidroelétrica, colocando o País num dos primeiros lugares do ranking mundial da produção dessa modalidade de energia. Com essa característica, assentaram-se as bases para a construção de um grande parque fabril, que acabou elevando o Brasil à categoria de oitava economia do mundo, colocação que prevaleceu até meados dos anos noventa, quando países como a Espanha, o Canadá e o México – e agora a China – passaram à nossa frente.

Pelo Dia Mundial da Água, vamos mostrar porque a água virou também uma questão de segurança. Veja nas páginas 10 a 13. 

O mundo sempre aprende com as crises. E crise que ainda passamos ensina que a gestão da água requer novos posicionamentos e o consumo requer novos hábitos. Por isso, a segurança hídrica tem sido um dos temas recorrentes nos últimos anos, não somente pelo enfoque da gestão do uso da água, mas também quando observado pelo prisma da própria segurança alimentar, do abastecimento, na produção dos alimentos e de energia.

 

 

SG