Barreira de Corais

Branqueamento afeta 95% da região norte da Grande Barreira de Corais

28 de março de 2016

Branqueamento provém do aumento da temperatura da superfície do mar. Grande Barreira de Coral se estende por 2.300 km na costa da Austrália.

Da Agência Efe
 
 
Branqueamento afeta 95% da região norte da Grande Barreira de Corais (Foto: James Cook University)
 
Branqueamento afeta 95% da região norte da Grande Barreira de Corais (Foto: James Cook University)
 
 
 
O branqueamento atinge 95% da seção norte da Grande Barreira de Corais, o maior recife do mundo que se estende ao longo de 2.300 quilômetros no nordeste da Austrália, segundo um estudo publicado nesta segunda-feira (28) por meios de comunicação locais.
 
"Vimos (em um reconhecimento aéreo) enormes níveis de branqueamento na faixa norte da Grande Barreira que se estende por milhares de quilômetros", declarou à emissora de rádio local "ABC" o acadêmico Terry Hughes, da James Cook, a universidade australiana encarregada da pesquisa.
 
O especialista afirmou que foram examinados 520 corais e só quatro se salvavam do processo pelo qual as colônias de Coelenterata Anthozoa perdem sua cor como resultado do estresse ambiental.
 
A cadeia de coral que outrora se caracterizava por suas vivas cores adquiriu uma coloração fantasmal desde a cidade de Cairns até o estreito de Torres.
 
No caso da Grande Barreira, patrimônio da humanidade, o branqueamento provém do aumento da temperatura da superfície do mar.
 
 
A Grande Barreira de Corais vista de cima (Foto: Flávia Mantovani/G1)
 
A Grande Barreira de Corais vista de cima (Foto: Flávia Mantovani/G1)
 
 
"Ainda é demais em breve para precisar quantos morrerão, mas a julgar o branco neve nos corais, calculo que a metade deles morrerá no mês próximo, mais ou menos", alertou o acadêmico.
 
Os corais mantêm uma relação simbiótica especial com um gênero de algas microscópicas chamadas zooxanthellae, que satisfazem 90% de suas necessidades energéticas.
 
Quando a água se aquece demais, o coral expulsa a zooxanthellae e se branqueia até morrer no prazo de cerca de um mês, mas se a água esfriar antes, sobrevive e recupera a cor.
 
Justin Marshall, especialista na matéria da Universidade de Queensland, declarou à "ABC" que a mudança climática é responsável pelo branqueamento e criticou o governo por se omitir diante das provas apresentadas desde 1998 sobre a existência do efeito estufa.
 
"Era inevitável que este fenômeno de branqueamento ocorresse e agora ocorreu. Necessitamos unir a comunidade mundial para reduzir as emissões de gases do efeito estufa", insistiu Marshall.
 
A saúde da Grande Barreira, que abriga 400 tipos de corais, 1.500 espécies de peixes e 4 mil variedades de moluscos, começou a se deteriorar na década de 1990 pelo duplo impacto do aquecimento de água do mar e pelo aumento de sua acidez pela maior presença de dióxido de carbono na atmosfera.