Peixe Boi

FILHOTINHO DO PEIXE-BOI. CRIA SOBREVIVE EM AMBIENTE NATURAL

9 de abril de 2016

Festa entre os pesquisadores. É o quarto filhote de peixe-boi que sobrevive em ambiente natural

 

Aira encalhou em 2002 na praia de Beberibe (CE) e foi levada por parceiros locais para o centro de reabilitação que o ICMBio mantinha, então, na Ilha de Itamaracá (PE). Lá, permaneceu até abril de 2008. Logo depois, foi transferida para o cativeiro de aclimatação em ambiente natural que o ICMBio mantém no rio Tatuamunha, inserido na APA Costa dos Corais. Em janeiro de 2009, foi solta na natureza pela equipe do centro.

 

O filhote nasceu no dia 11 de março. O seu sexo ainda não foi identificado. O animal continuará sendo monitorado à distância para evitar estresse. Caso necessário, uma equipe do ICMBio irá auxiliar mãe e filho.

 


AMEAÇADO DE EXTINÇÃO

O peixe-boi está incluído na Lista de Espécies da Fauna Brasileira Ameaçada de Extinção, na categoria “em perigo”. Estima-se que existam no litoral brasileiro em torno de 600 animais vivendo soltos na natureza.
Eles possuem taxa reprodutiva muito baixa pois a fêmea tem geralmente um filho de cada vez. Nos primeiros dias de vida, o filhote alimenta-se exclusivamente do leite da mãe.
Muito zelosa, é a mãe que ensina o filhote a nadar, a subir até a superfície para respirar e também a alimentar-se de plantas. Já a partir dos primeiros meses de vida o peixe-boi começa a ingerir vegetais.

 


TRABALHO DO ICMBIO

O nascimento de mais um filhote de peixe-boi é resultado do trabalho conjunto dos servidores do ICMBio, por meio do Projeto Peixe-boi, anteriormente coordenado pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Aquáticos (CMA).
No ano passado, o projeto ganhou novo status e passou a Programa de Conservação do Peixe-boi, vinculado agora ao Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Nordeste (Cepene).
O programa conta com a participação de unidades de conservação que atuam na preservação do peixe-boi, entre elas a APA Costa dos Corais, e tem, ainda, o apoio de instituições governamentais e não governamentais parceiras.
O programa de reintrodução de peixe-boi marinho vinha sendo executado pelo CMA desde 1994. De lá para cá já foram devolvidos à natureza 43 animais. Desses, 37 foram soltos na APA Costa dos Corais.
“Nos últimos anos, temos conseguido fazer com que os filhotes das fêmeas reintroduzidas permaneçam vivos e temos observado que os animais, tanto machos quanto fêmeas, têm formado grupos reprodutivos”, explica a coordenadora do Programa Peixe-Boi/Cepene/ICMBio, Fernanda Löffler Niemeyer.
Ao todo, já nasceram seis filhotes das fêmeas reintroduzidas. Dois morreram. O animal nascido no dia 11 é o quarto que sobrevive na natureza. “Ver estes nascimentos tem deixado toda a equipe bastante gratificada e com a certeza de que o trabalho feito tem sido, sim, de grande sucesso e acerto”, celebra Fernanda.

 

 

O peixe-boi-marinho (Trichechus manatus) é o mamífero aquático mais ameaçado do Brasil. Ele também é conhecido como manati, manatim, manaí e vaca-marinha e pode ser encontrada do litoral dos Estados Unidos até o Nordeste do Brasil.