Ecoturismo marinho
Axé das baleias jubartes
5 de julho de 2016Operadores de turismo são treinados para que a temporada de observação das baleias em Abrolhos
Julho é o mês das baleias jubartes. Todos os anos o litoral da Bahia recebe milhares de baleias-jubartes, que procuram suas águas rasas e quentes durante a estação reprodutiva, em especial na temporada de julho a novembro. Agora em julho, milhares desses mamíferos migram da Antártica para o litoral brasileiro a fim de se reproduzirem, um ritual da natureza que se transforma em grande atração turística. O principal berço das baleias fica no Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, litoral sul da Bahia e poucos quilômetros de Caravelas.
Gestores da unidade de conservação marinha, gerida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, e de instituições parceiras que atuam na região do extremo sul da Bahia já adotam medidas para garantir que o turismo de observação ocorra de forma ordenada.
Na semana passada, no Centro de Visitantes do parque, em Caravelas, mestres de embarcação e operadores de turismo de observação de baleias participaram de curso de capacitação, coordenado pelo Projeto Baleia Jubarte.
INFORMAÇÕES ATUALIZADAS
O treinamento contou com a participação de 71 pessoas, entre mestres, marinheiros, operadores de turismo, donos de pousada, estagiários do Instituto Baleia Jubarte das cidades de Porto Seguro, Cumuruxatiba, Prado, Caravelas e Nova Viçosa, além de servidores e voluntários do ICMBio.
CURSO – O objetivo foi atualizar as informações sobre a população de baleias-jubartes na costa da Bahia e fortalecer as ações conjuntas entre o PBJ e os operadores na coleta de dados científicos a bordo das embarcações, com o intuito principal de promover o turismo responsável em toda a região. O evento possibilitou, ainda, o debate entre os diversos setores envolvidos na observação de baleias, permitindo intercâmbio de informações e experiências sobre temporadas prévias nas diferentes localidades onde ocorre esse tipo de turismo.
CONDUTA CONSCIENTE E RESPONSÁVEL
“Ações que promovam a conduta consciente e responsável dos envolvidos na observação de baleias reforçam a grande oportunidade de aliar geração de renda, recreação e conservação ambiental, e também criam o compromisso das pessoas incluídas nessa atividade de garantir que sejam mínimos os impactos aos animais e ao ambiente onde vivem”, disse Fernando Repinaldo, chefe do parque marinho de Abrolhos.
Daniela Abras, pesquisadora do Projeto Baleia Jubarte e coordenadora do curso de capacitação, lembrou, por sua vez, que, quando o turista faz um passeio de observação de baleias com a equipe capacitada a bordo, recebe informações relevantes e qualificadas. “Sua percepção da fauna marinha e da sua problemática é ampliada, aumentando assim o interesse pela preservação das baleias e do habitat em que elas estão inseridas”, reforçou.
ESTAÇÃO REPRODUTIVA
Todos os anos o litoral da Bahia recebe milhares de baleias-jubartes, que procuram suas águas rasas e quentes durante a estação reprodutiva, em especial na temporada de julho a novembro.
A observação das baleias é um dos principais atrativos do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, onde os visitantes têm a oportunidade de apreciar um espetáculo variado de comportamentos e exibições deste grande mamífero.
A baleia-jubarte foi recentemente excluída da lista nacional de espécies ameaçadas de extinção, como consequência da recuperação de sua população em águas brasileiras.
Isso se deve, entre outras coisas, à criação do Parque Nacional Marinho dos Abrolhos, área de principal concentração reprodutiva da espécie no Brasil, às pesquisas científicas que subsidiam medidas de mitigação de impactos de empreendimentos na zona marinha e costeira, às ações de educação ambiental junto a comunidades e pescadores, além dos esforços internacionais para o combate à caça das baleias.
OBJETIVO DO PROJETO
O Projeto Baleia Jubarte há mais de duas décadas anos pesquisa esta espécie em particular. Os objetivos do projeto são:
1 – Proteger as baleias jubarte que migram da Antártida;
2 – Estudar o comportamento da espécie;
3 – Estudar a vocalização;
4 – Fazer análises de DNA;
5 – Avaliar a população;
6 – Identificar cada animal (foto identificação);
7 – Monitorar o turismo;
8 – Promover atividades de educação ambiental.