Ararinha-azul

Ararinha-azul é vista voando livre na caatinga baiana

5 de julho de 2016

Ave é considerada extinta na natureza. Origem do exemplar avistado é desconhecida. ICMBio fará na próxima semana expedição à região

Um exemplar de ararinha-azul – ave considerada extinta na natureza – foi visto voando livremente na região de caatinga de Curuçá, no interior do Bahia, habitat exclusivo da espécie desaparecida desde 2002. Surpresos, moradores registraram a ocorrência em vídeo.

 
 
 
O primeiro a avistar a ave foi o agricultor Nauto Sergio Oliveira, no sábado (18). Assim que confirmou se tratar de uma ararinha-azul, comunicou a seus vizinhos. No dia seguinte, Lourdes Oliveira e sua filha Damilys Oliveira levantaram-se ainda de madrugada e foram procurar a ararinha nas matas ciliares da região.
 
Às 6h20 da manhã, conseguiram não apenas ver a ave, mas também registrá-la através de um vídeo gravado com o celular de Damilys. Com o vídeo na mão, Lourdes entrou em contato com os biólogos que integram o projeto Ararinha na Natureza, coordenado pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
 
 
EXPEDIÇÃO E REFORÇO NA PROTEÇÃO
 
A origem da ave avistada é desconhecida, mas ela pode ser oriunda de cativeiro. Na próxima semana, uma expedição liderada pelo ICMBio se juntará aos esforços dos moradores locais na tentativa de localizar a ararinha e obter o maior número de informações possíveis.
 
A expedição também é uma das ações do projeto Ararinha na Natureza, patrocinado pela empresa Vale, através do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio). Conheça abaixo todos os parceiros do projeto.
 
Segundo Ugo Vercillo, diretor de Biodiversidade do Ministério Meio Ambiente, que também integra o projeto Ararinha na Natureza, o fato de aparecer uma ararinha na região de Curaçá reforça ainda mais a necessidade de proteção da área.
 
 
AÇÕES EM CAMPO
 
Desde 2013 o projeto Ararinha na Natureza vem trabalhando para criar uma unidade de conservação (UC) com 44 mil hectares no município de Curuçá, com o objetivo de proteger a caatinga e as matas ciliares da região. A ideia é usar a área para fazer nos próximos anos as primeiras solturas de ararinhas mantidas em cativeiro.
 
Em paralelo aos esforços em campo, a reprodução da espécie em cativeiro para posterior reintrodução na natureza é crucial para o sucesso do projeto e conta com a participação dos criadouros AWWP (Qatar), ACTP (Alemanha) e Fazenda Cachoeira (Brasil), que mantém cerca de 120 ararinhas-azuis e nos próximos anos disponibilizarão os primeiros indivíduos a serem reintroduzidos em Curaçá.