Jogos Olímpicos RIO 2016

A energia que vem do fogo da tocha e das águas da catarata

5 de julho de 2016

Fogo e Água, dois elementos da vida, sufocaram as tristezas nacionais para dar energia aos atletas – nacionais e estrangeiros – que vão competir nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Ex-diretor do Parque do Iguaçu, Jorge Pegoraro, os servidores do ICMBio Rogério Cunha de Paula, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros, Ivan Carlos Baptiston, atual chefe do parque, Apolônio de Souza Rodrigues, chefe de Uso Público da Unidade, e mais Karin Wanda Wolf, do Parque das Aves, participaram do revezamento da Tocha Olímpica em Foz do Iguaçu. 
 
 
A beleza e a imponência da Tocha Olímpica se misturou nas brumas das águas da Cataratas do Iguaçu, um dos cartões postais do Brasil mais conhecido pelo mundo. Fogo e Água marcaram um momento sublime e significativo dos Jogos a RIO 2016. Nem as inúmeras nuvens conseguiram esconder o esplendor e a força das quedas d'águas das Cataratas. Fogo e Água, dois elementos da vida, sufocaram as tristezas nacionais para dar energia aos atletas – nacionais e estrangeiros – que vão competir nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro agora no mês de agosto. O revezamento viveu um dia especial em uma das mais belas paisagens do Planeta.
 
O Parque Nacional do Iguaçu, que abriga as Cataratas, tem 275 quedas d'águas ao longo do percurso. É considerado Patrimônio Mundial Natural pela Unesco e uma das 7 Maravilhas da Natureza. Com a passagem da Tocha Olímpica, os visitantes tiveram um atrativo a mais e puderam sentir um pouco do clima do que serão os Jogos Rio 2016. 
 
A tocha passou em dois momentos pelo parque. De manhã, os condutores Jorge Pegoraro, ex-chefe do parque, e Roberto Costa Cabral, ex-jogador de futebol e atual secretário de Esportes e Lazer de Foz do Iguaçu, chegaram juntos à entrada da trilha das cataratas.
 
 
 
 
Canoístas iguaçuense, Felipe Borges, conduz a Tocha Olímpica pelas Cataratas do Iguaçu.
 
 
 
A IMAGEM DO BRASIL
 
O ex-jogador de futebol foi quem iniciou o revezamento e conduziu a chama pelas trilhas do parque que guarda a última mancha de floresta Atlântica preservada na região sul do Brasil. Ele repassou a chama para o biólogo Jorge Pegoraro, no Espaço Tarobá.
 
Servidor do ICMBio, Pegoraro foi chefe do Parque Nacional do Iguaçu por 12 anos. Nesse tempo, pôde implementar várias atividades esportivas dentro do parque, como a meia maratona e os X-Games. "É uma energia muito grande estar aqui junto das Cataratas, dentro no patrimônio natural da humanidade, com gente do mundo todo, levando uma imagem bonita do Brasil", destacou o biólogo após conduzir a tocha.
 
À tarde, juntaram-se a Pegoraro, em outra etapa do revezamento, os servidores do ICMBio Rogério Cunha de Paula, do Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Mamíferos Carnívoros (Cenap), Ivan Carlos Baptiston, atual chefe do parque, e Apolônio de Souza Rodrigues, chefe de Uso Público da unidade, e mais Karin Wanda Wolf, do Parque das Aves, que fica em Foz do Iguaçu.
 
 
CARNÍVOROS DO IGUAÇU
 
Rogério de Paula é um dos pioneiros na pesquisa com onça pintada na região do parque, trabalho que deu origem à criação do Cenap, em 1991, pelo Ibama. Hoje, o centro integra a estrutura do ICMBio e, junto com a unidade de conservação e parceiros do Instituto Pró-Carnívoros e Belmond Hotel das Catartas, desenvolve o projeto Carnívoros do Iguaçu.
 
 
Segundo Rogério de Paula, o projeto se dedica ao estudo e conservação da onça-pintada no parque e sua região de influência, que abriga a maior população meridional da espécie no Brasil. Entre os objetivos, estão estimar a população de onças-pintadas na região, identificar e quantificar as ameaças diretas e indiretas sobre as onças e as suas presas naturais, além de avaliar os impactos das onças sobre a criação de animais domésticos e outros conflitos com os comunitários da região.
 
Ainda segundo Rogério, o projeto Carnívoros do Iguaçu trabalha conjuntamente com o Proyecto Yaguareté, da Argentina, que possui objetivos semelhantes. Juntos, ambos os países reúnem esforços para compreender e atuar na conservação da população relictual (encontrada em certas áreas ou habitat isolados) de onças separadas unicamente pelo Rio Iguaçu. 
 
“O projeto completou recentemente 25 anos com muitas informações coletadas e comemorando pela primeira vez em mais de duas décadas o aumento populacional da onça-pintada. Estima-se hoje que existam até 20 onças-pintadas na região de Foz do Iguaçu. Somando-se com a população conectada da Argentina, o chamado Corredor Verde apresenta 80 animais, quase metade de toda a população da Mata Atlântica”, informou o pesquisador.
 
 
TOCHA OLÍMPICA E OS PARQUES
 

Imagem do ICMBio do belíssimo Parque Nacional do Iguaçu.

 
 
Desde o início do revezamento, a chama símbolo dos Jogos Olímpicos Rio 2016 já passou por dez UCs federais administradas pelo ICMBio: parques nacionais de Brasília (DF), do Monte Pascoal (BA), da Chapada Diamantina (BA), de Fernando de Noronha (PE), de Sete Cidades (PI), dos Lençóis Maranhenses (MA) e do Iguaçu (PR), e áreas de proteção ambiental (APA) de Fernando de Noronha (PE) e do Delta do Parnaíba (PI).
 
Até o final do revezamento, que ocorrerá no dia 5 de agosto, na solenidade de abertura dos Jogos, no estádio do Maracanã, no Rio, a tocha percorrerá ainda mais duas UCs federais: a APA de Teresópolis, no dia 29 de julho, e o Parque Nacional da Tijuca, no dia 4 de agosto.
 
A inclusão das unidades de conservação geridas pelo ICMBio no roteiro de revezamento do fogo olímpico, que inclui mais de 300 cidades em todo o país, é um reconhecimento da importância das UCs para a proteção dos recursos naturais e a qualidade de vida das pessoas e para a imagem do Brasil perante o mundo.