Alcatrazes

Arquipélago de Alcatrazes

9 de agosto de 2016

Nova unidade de conservação é Refúgio de Vida Silvestre

Decreto do governo federal cria o Refúgio de Vida Silvestre no litoral norte de São Paulo, região que abriga rica biodiversidade.

 

 

 

 

“Trata-se de um passo importante, uma sinalização da nova gestão, de que nós estamos inteiramente em consonância com as preocupações globais a respeito do mar. A criação desta unidade marinha será muito importante, não somente para a manutenção da biodiversidade, mas também para atrair o turismo”, destacou o ministro.
 
O secretário de Biodiversidade e Florestas do MMA, José Pedro de Oliveira, também destacou a decisão do governo, e citou o longo processo de luta pela proteção da biodiversidade de Alcatrazes. “O Santuário preservará ambientes naturais únicos e de notável beleza cênica nas águas brasileiras, além de proteger os animais que usam a área para alimentação, reprodução e abrigo”, afirmou o secretário.
 
Para o secretário, “o decreto nos incentiva a levar adiante outras importantes áreas protegidas, vitais para a sobrevivência da biodiversidade”.
 
 
MARINHA BRASILEIRA
 
Logo que assumiu o MMA, o ministro Sarney Filho esteve reunido com o ministro da Defesa, Raul Jungman, para pedir o apoio dos militares à criação da nova unidade de conservação. Jungman reforçou a posição do ministro Sarney Filho e lembrou que os dois ministérios já contavam com o apoio da Comissão Interministerial dos Recursos do Mar (CCRM), coordenada pela Marinha.
 
O arquipélago, que serve de baliza à navegação na costa brasileira desde o descobrimento do Brasil, está situado em alto mar. Até dois anos atrás, a ilha principal de Alcatrazes, que se eleva a quase 300 metros acima do nível do mar, deixou de ser alvo de tiro de aferimento de canhões de navios da Marinha.
 
“Esse foi o primeiro entendimento entre os Ministérios da Defesa e do Meio Ambiente, agora consolidado com criação do Santuário”, explicou José Pedro de Oliveira.
 
 
PROTEÇÃO E TURISMO
 
A mais nova unidade de conservação abriga rica biodiversidade e tem potencial para turismo de mergulho. Com ela, sobe para 326 o número de UCs geridas pelo ICMBio no País.
 
 
 
As gaivotas de Alcatrazes
 
 
 
Espécies Ameaçadas

 

Com 67,3 mil hectares, o Refúgio busca proteger os ambientes naturais únicos criados pela associação de características geológicas, geomorfológicas e correntes marinhas; preservar a diversidade biológica, incluindo as espécies insulares, endêmicas, ameaçadas ou migratórias que utilizam a área para alimentação, reprodução e abrigo; garantir os bens e serviços ambientais prestados pelos ecossistemas marinhos; e conciliar os interesses de conservação da natureza com os de soberania nacional, já que se trata de área estratégica para a Marinha Brasileira.

O local é área de ocorrência de espécies ameaçadas e endêmicas, como Elecatinus figaro (peixe), Scinax alcatraz (anfíbio) e Bothrops alcatraz (réptil), constantes do Livro Vermelho de Espécies Ameaçadas de Extinção do Ministério do Meio Ambiente, e invertebrados marinhos raros e em risco de desaparecer. Além disso, tem forte potencial para o turismo de mergulho, o que pode gerar emprego e renda para a comunidade da região.

“Esta foi uma importância vitória dos ambientalistas, agora consolidada pela criação do Santuário, afirmou José Pedro de Oliveira.