Rio 2016

Olimpíadas Rio 2016

9 de agosto de 2016

Abertura de lavar a alma

 

O Brasil deu seu recado na grande festa da Abertura das Olimpíadas RIO’2016. E não podia ser diferente. Mundialmente conhecido pela exuberância natural, por sua biodiversidade e até pelo contraste entre riqueza e bolsões de pobreza, o Brasil mandou bem e abriu os Jogos com “tocha” de ouro.

A mensagem deixada para quem estava presente no Maracanã ou diante da tevê no mundo inteiro foi forte e intensa. O show muito bem preparado durante mais de um ano falou do convívio com as diferenças para além das fronteiras, do esgotamento dos recursos naturais, da união entre os povos e da paz, que é um dos principais pilares do espírito olímpico.
 
Mas os contrastes e paradoxos são próprios do Brasil. A cerimônia de abertura mais verde e mais ecológica da História dos Jogos Olímpicos foi justamente numa cidade que não fez o dever de casa quanto ao saneamento básico. Desprezou o legado ambiental mais importante, a despoluição da Baía de Guanabara.
 
Cerca de 4 bilhões de habitantes de 220 países do Planeta Terra receberam uma aula sobre origem da vida, valor das florestas, diversidade biológica e aquecimento global. Atletas de todos os países foram convidados a depositar sementes em pequenos tubos que serão a gênese de uma nova floresta no bairro de Deodoro, na zona oeste do Rio de Janeiro. A semeadura dá um recado aos humanos que colocam fogo na florestas, desmatam matas ciliares, garimpam e poluem rios e fazem do lixo foco de contaminação de mananciais e desperdício de recursos naturais.
 
 
 
Indígenas de comunidades da região também participaram do revezamento da tocha. Foto: Iano Andrade
 
 
 
 
FLORESTAS DOS ATLETAS
 
 
 
Na abertura das Olimpíadas, o show cultural mostrou até floresta em pleno Maracanã
 
 
 
Todos os atletas que participam da cerimônia de abertura receberam uma semente ao entrar no campo. Essas sementes, de 207 espécies, serão plantadas no local em que hoje está instalado o Parque Radical, no Complexo Esportivo de Deodoro, onde será criada a Floresta dos Atletas.
 
 
 
O JEGUE A TOCHA – O símbolo olímpico saiu de Porto Seguro com destino a Eunápolis, e no fim da manhã aportou em Itapetinga, onde fez um inusitado passeio de jegue, animal símbolo do Nordeste e daquela região baiana.
 
 
 
 
O BRASIL É OURO EM CULTURA E DIVERSIDADE !
 

O 14 BIS de Santos Dumont levantou vôo do gramado do Maracanã e fez um passeio virtual pelos pontos turísticos do Rio de Janeiro.
 
 
O gramado do Maracanã foi palco de um caleidoscópio da arte tropical  que fez renascer a autoestima brasileira.
 
Como é bom ser surpreendido e engolir um raio de esperança, dignidade, beleza, criatividade e originalidade? 
 
Como é bom sentir pulsar uma cultura diversa, linda, forte e engenhosa que fala aos olhos de 4 bilhões de corações de 220 países? Como é bom ver a autoestima brasileira renascer das cinzas depois de tantos problemas e tantas crises? Como é bom voltar a sentir o gostinho doce de ser brasileiro?
 
 
 
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A festa de abertura das Olimpíadas RIO 2016 conquistou o Brasil e o mundo. Vale destacar alguns pontos: 
 
 
1) A SURPRESA  – Guardou-se segredo de como seria a festa, as apresentações e o enredo do espetáculo. Daí, o impacto! Contar a origem da vida, das florestas e deixar como legado uma FLORESTA OLÍMPICA, bom demais.
 
2) SÍMBOLO – O Hino Nacional na voz e na batida do violão do Paulinho da Viola foi de uma elegância e uma sobriedade ímpar.
 
3) BRASIL GLOBAL – A maior invenção do Homem, o avião, foi decantada numa imagem incrível do “14 Bis” levantando vôo do Maracanã para uma viagem virtual pelos pontos turísticos do  RIO. Santos Dumont arrasou… e fez bem à alma.
 
4) A MÚSICA E A ARTE – Athos Bulcão, Oscar Niemeyer, Tom Jobim, Gil, Caetano, Chico Buarque, Gisele Bundchen, Jorge Benjor. Luiz Melodia, o coral dos meninos, Guga, OSCAR, Hortência e Vanderlei Cordeiro anunciaram ao mundo a nobreza e beleza da arte brasileira. Talvez, poderia ser completado com uma acelerada virtual de Ayrton Senna.
 
5) A PIRA INSPIRA – A pira olímpica é de uma complexa delicadeza que bate aos olhos como verdade suprema. O SOL tropical de um País em festa vai iluminar o Brasil por muito tempo.
 
6) Vale agradecer aos artistas participantes e, sobretudo, à magia de dois fora-de-série: Fernando Meirelles e Deborah Colker. Além, evidente, de cetenas de artistas voluntários que compuseram tão bem aquele show de música, dança e efeitos especiais.
Comentários: 
 
     1) Discreto –  e fazendo corretamente o dever de casa – achei totalmente dispensável a vaia ao Presidente da República. O mundo não queria ver vaia de brasileiro. O mundo quer ver o Brasil dar a volta por cima.
 
     2)  A abertura Olímpica que mais tinha me impactado foi a de Moscou 1980, quando aquela arquibancada maravilhosa “deixou” derramar silenciosamente a lágrima azulada do ursinho Micha.