Mais de 100 filhotes de tartaruga sobrevivem em ninho em Camburi
3 de janeiro de 2017Animais da espécie cabeçuda foram encontrados na segunda-feira (26). Projeto Tamar e banhistas ajudaram os filhotes a ganharem o mar.
Alguns filhotes foram levados para o Projeto Tamar, na Praça do Papa (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Cerca de 118 filhotes de tartarugas da espécie cabeçuda foram encontrados na Praia de Camburi, em Vitória, nessa segunda-feira (26). Biólogos e banhistas ajudaram os pequenos animais a ganharem o mar. É o segundo ninho encontrado na praia da capital.
De acordo com o Projeto Tamar, ao todo, foram depositados 123 ovos no ninho. O biólogo Tommy Magalhães, disse que foram até o local logo que receberam a informação. “Quando chegamos, muitas pessoas já haviam levado vários filhotes para o mar. Os poucos outros que encontramos, ajudamos na liberação”, disse.
Segundo o biólogo Paulo Rodrigues, alguns filhotes que ainda estavam no ninho e não chegaram ao mar foram levados para o Projeto Tamar, em Vitória. "Trazemos eles para cá, para as pessoas poderem conhecer. Irão ficar um tempo aqui e depois eles serão soltos”, afirmou.
Tommy conta que o ninho passou despercebido. "Não tínhamos o monitoramento desse ninho. E nem o conhecimento desses filhotes", explicou.
Um outro ninho foi cercado e está sendo monitorado (Foto: Reprodução/TV Gazeta)
Primeiro ninho
No início do mês, uma tartaruga da mesma espécie desovou na praia. Foi a primeira vez, em mais de 30 anos, que o Projeto Tamar registrou o acontecimento na praia da capital.
A área foi cercada, identificada com placa, e está sendo monitorada. O nascimento dos filhotes está previsto para janeiro.
“O ninho está cercado, estamos fazendo o acompanhamento, e está para eclodir em meados de janeiro. São da mesma espécie”, contou o biólogo Tommy.
Praia urbana
Apesar de a Praia de Camburi ser considerada uma praia urbana, é um bom sinal as desovas no local, segundo Paulo Rodrigues. Mas é preciso ficar alerta.
"Acreditamos que isso seja bom. Assim a população de tartarugas está aumentando. Por outro lado temos que controlar as ameaças, o lixo, a iluminação. Temos a esperança de melhorar o ambiente", afirmou.
O biólogo explica ainda que as desovas estão acontecendo por conta da quantidade de tartarugas e também por conta do desequilíbrio ambiental em outras praias.
“Foi uma surpresa para nós, porque aqui não é uma área típica reprodutiva. A população das tartarugas está cada vez mais crescente. Algumas praias têm sofrido com a erosão, outras acumulado areia, então os animais procuram essas faixas de areia para se reproduzir”, disse.