MMA

Programa Agua Doce

3 de janeiro de 2017

MMA libera R$ 5,8 milhões para o ÁGUA DOCE no Piauí e vai ampliar para outros 10 estados em 2017

 

 

A dessalinização é a retirada de sais que se encontram dissolvidos na água por meio de diversos métodos para se obter água de qualidade

O ministro Sarney Filho destacou a importância do ÁGUA DOCE e adiantou que o governo federal deverá ampliar o programa, em 2017, devido ao alcance social da iniciativa, que está beneficiando famílias em dez estados: Paraíba, Rio Grande do Norte, Alagoas, Sergipe, Ceará, Minas Gerais, Maranhão, Piauí, Pernambuco e Bahia.

“As mudanças do clima afetam de forma mais perversa as populações já assoladas pela seca na região semiárida e as áreas mais susceptíveis ao processo de desertificação”, afirmou o ministro, ao reforçar a prioridade do programa para o MMA.
 
O secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano, Jair Tannús, explicou que o programa contribui para diminuir a desigualdade social, na medida em que, com o aproveitamento sustentável de águas subterrâneas salobras e salinas, incorpora cuidados técnicos, ambientais e sociais na gestão de sistemas de dessalinização.
 
 
MUNICÍPIOS INCLUÍDOS
 
O secretário informou que o repasse liberado pelo MMA na quinta-feira passada (22/12) representa a última parcela do convênio com o estado, que somado à contrapartida, totaliza R$ 11,8 milhões. O ÁGUA DOCE já realizou o diagnóstico socioambiental e técnico de 160 localidades, em oito municípios mais críticos do estado quanto ao acesso à água. Até o momento foram implantados três sistemas de dessalinização, beneficiando cerca de 1,2 mil pessoas com água de qualidade.
 
Estão incluídos no programa os municípios: Pedro Laurentino, Acauã, Vila Nova do Piauí, Lagoa do Barro do Piauí, Caldeirão Grande do Piauí, Massapê do Piauí, São Francisco do Piauí, São Julião e Queimada Nova.
 
O programa estabeleceu como meta atender um quarto da população rural do semiárido no estado. As ações foram orientadas a partir de critérios técnicos priorizando municípios e localidades mais críticas quanto ao acesso à água. Conforme metodologia do programa, na escolha dos municípios foram utilizados os mesmos critérios dos demais estados para estabelecer o Índice de Condição de Acesso à Água: menor pluviometria, maior mortalidade infantil, maior intensidade de pobreza e índice de desenvolvimento humano (IDH).
 
Para o coordenador nacional do Programa Água Doce, Renato Ferreira, “a priorização dada ao ÁGUA DOCE pela nova gestão do Ministério está permitindo o prosseguimento e a boa execução nos estados, resultando no avanço da execução física. O coordenador defende que o acesso à água “é um direito de todos”, e que esse acesso é indispensável para a realização “de outros direitos humanos”.
 
Ele explicou que o ÁGUA DOCE é uma ação federal, em parceria com diversas instituições federais, estaduais, municipais e sociedade civil. Conta com cerca de 200 instituições envolvidas no processo, nos estados e parceiros federais.
 
 
SAIBA MAIS SOBRE DESSALINIZAÇÃO
E DESSALINIZADORES
 
 
O QUE É DESSALINIZAÇÃO?
 
A dessalinização é a retirada de sais que se encontram dissolvidos na água por meio de diversos métodos. Um dos métodos que vem ganhando espaço em um significativo número de casos é a osmose reversa. A osmose reversa é um fenômeno que passou a ser conhecido no final do século XIX, mas sua utilização comercial somente começou nos anos sessenta do século passado.
 
É verdade que a destilação e os processos de troca iônica são capazes de reduzir significativamente os sais dissolvidos, produzindo água desmineralizada, que é uma água com elevada purificação. Cada uma das metodologias apresenta suas vantagens e desvantagens. A osmose reversa, por sua versatilidade, tem sido objeto de um significativo número de aplicações.
 
 
 
 
 
O QUE SÃO DESSALINIZADORES
 
Os dessalinizadores são equipamentos que transformam águas salinas ou salobres em água potável empregando a osmose reversa. Esses equipamentos operam sob condições severas para os materiais que os constituem, dada à presença de um elemento corrosivo que é o íon cloreto, associado a pressões elevadas. 
 
Além disso, são sofisticados em termos de tecnologia e a sofisticação reside na natureza das membranas semipermeáveis artificiais, que imitam as membranas naturais. Elas são fabricadas por um número muito pequeno de empresas em todo o mundo. 
 
 
QUE OUTROS MÉTODOS DE TRATAMENTO DE ÁGUA EXISTEM?
 
Há vários outros processos, porém com finalidades distintas. Por exemplo, a filtração, a adsorção, a cloração e a própria esterilização são outros meios de que se lança mão para melhorar a qualidade da água, mas não são capazes de promover a re­ti­rada dos sais. 
 
Esses métodos atuam sobre outros elementos presentes nas massas líquidas. A filtração, por exemplo, é capaz de separar as partículas suspensas, ou seja, que não estão dissolvidas, enquanto que a adsorção, ao atuar por meio de filtros de carvão ativo, é ca­paz de reter partículas ainda menores do que aquelas separadas pela filtração. 
 
Em outras palavras, a adsorção funciona também como um filtro. Pela cloração e esterilização, destroem-se vírus e bactérias, o que não é possível pelos demais métodos. 
 
A cloração consiste na adição de hipoclorito de sódio e a esterilização resulta da elevação da temperatura da água a um nível que seja capaz de aniquilar as matérias orgânicas. Vale acrescentar, a luz ultravioleta também é capaz de eliminar eficientemente ma­térias orgânicas contidas na água.
 
 
O QUE É EXATAMENTE A OSMOSE REVERSA.
 
A origem da palavra é grega: osmós, que significa impulso. A osmose reversa se refere ao impulso que se impõe ao líquido, por meio de pressão, em uma di­re­­ção oposta à direção natural, comprimindo-o contra a superfície de uma membrana se­mi­permeável. 
 
As membranas semipermeáveis produzidas artificialmente funcionam como a pele dos seres vivos, que regula de modos diferentes a entrada para a célula – e a saída também – de sais e outras substâncias. 
 
O que sucede é que as membranas semipermeáveis sintéticas têm a faculdade de deixarem-se transpor por um líquido, um solvente, mas não pelos solutos [dissolvidos], principalmente os sais. Essa capacidade de funcionar de modo seletivo que caracteriza as membranas semipermeáveis é que foi a chave para a cria­ção do método de dessalinização da água. De modo mais preciso, a água consegue passar de um lado da membrana para o outro com uma facilidade muito maior do que os sais que ela contém. Os íons dos sais fi­cam retidos na membrana, sendo separados da água, que vai ficando doce. Justamente é o objetivo deste método, transformar a água salgada em doce.
 
 
QUAL O PRINCIPAL USO DOS DESSALINIZADORES?
 
São inúmeras as oportunidades de aplicação dos dessalinizadores. Por exemplo, são muito usados em plataformas marítimas de exploração de petróleo, onde a matéria-prima, água do mar, está a seus pés e resultaria muito cara trazer do continente. 
 
São também utilizados em embarcações que navegam em alto mar. Tantos os gran­des transatlânticos como barcos menores de pesca e de recreio. Um exemplo concreto: o na­vio de apoio ocenográfico, Ary Rongel, da Marinha Brasileira, que está na Antártica, usa água dessalinizada por osmose reversa. 
 
Avanços científicos no campo da biotecnologia, por exemplo, têm requerido mais e mais água de elevado grau de pureza, ampliando o campo de aplicação do processo. Evidente que no caso de barcos, esses dessalinizadores são mais compactos e sofisticados. Tem que ocupar espaço menor e consumir pouca energia.