Rios

Fotos revelam encontro de rios que não se misturam na fronteira de RO com a Bolívia

6 de junho de 2017

Água escura do Pacaás e a barrenta do Mamoré formam imagem rara na região de Guajará-Mirim. Local tem recebido turistas do mundo todo.

 

 

Encontro de rios acontece na frente de um hotel, em Guajará-Mirim (Foto: Emanoel Javoski/Arquivo Pessoal)

 

Encontro de rios acontece na frente de um hotel, em Guajará-Mirim (Foto: Emanoel Javoski/Arquivo Pessoal)
 
 
 
 
O encontro das águas dos rios Mamoré e Pacaás Novos, na zona rural de Guajará-Mirim (RO), se tornou um fenômeno exuberante que atrai diariamente dezenas de turistas brasileiros e de outros países.
 
O ponto de encontro dos rios, na fronteira do Brasil com a Bolívia, ocorre quando a água escura do Pacaás e a barrenta do Mamoré formam uma linha de divisão que percorre vários quilômetros, sem se misturar.
 
A imagem do encontro das águas do Pacáas e Mamoré é igual ao dos Rios Negro e Solimões, no estado do Amazonas, que é mundialmente conhecido e admirado pela beleza exótica.
 
 
 
 
Rio Mamoré e Pacaás se encontram em Guajará-Mirim (Foto: Emanoel Javoski/Arquivo Pessoal)
 
Rio Mamoré e Pacaás se encontram em Guajará-Mirim (Foto: Emanoel Javoski/Arquivo Pessoal)
 
 
 
 
 
Em Rondônia, a divisão das duas águas se tornou um ponto de encontro para embarcações, onde os tripulantes aproveitam para tirar fotografias, fazer filmagens ou simplesmente conhecer a famosa “junção negra e barrenta”.
 
Além do acesso aéreo e aquático, o ponto de encontro também pode ser acessado por terra, através de uma estrada que dá acesso a um hotel de selva, localizado às margens dos dois rios.

 

 

 

Divisão de água pode ser vista por quilômetros (Foto: Emanoel Javoski/Arquivo Pessoal)

Divisão de água pode ser vista por quilômetros (Foto: Emanoel Javoski/Arquivo Pessoal)
 
 
 
 
Diferentes colorações da água
 
Gabriel também explica porque a água dos dois rios não se misturam.
 
“ São várias características que dão a diferença na coloração da água, mas principalmente porque o Mamoré recebe vários afluentes da porção oriental dos Andes e esses afluentes carregam muitos sedimentos, esses sedimentos são os responsáveis pela coloração barrenta da água. Já o Pacaás, assim como acontece com o Rio Negro, do Amazonas, é carregado de ácidos orgânicos que são derivados da decomposição da matéria orgânica liberada na vegetação da sua área de margem, por isso torna-se mais escura”, analisa.
 
 
 
 
Fenômeno natural atrai dezenas de turistas diariamente (Foto: Emanoel Javoski/Arquivo Pessoal)
 
Fenômeno natural atrai dezenas de turistas diariamente (Foto: Emanoel Javoski/Arquivo Pessoal)
 
 
 
 
O biólogo comentou que é possível que existam algumas espécies de animais e plantas endêmicas em cada rio, pois as duas águas têm características diferentes para comportar a biodiversidade da área.
 
“As características são diferentes nas águas de um rio e de outro. Por exemplo, a água do Mamoré tem mais sedimentos e permite menos a entrada de luz. Logo, nos primeiros metros a visibilidade é menor. Já no Pacaás é o oposto”, explica o pesquisador.
 
 
Potencial turístico da região
 
Segundo o biólogo Gabriel Cestari, que é professor da Universidade Federal de Rondônia (Unir), apesar do potencial de turismo internacional, o fluxo de turistas na cidade de Guajará-Mirim poderia melhorar.

 

 

 

 

Encontro das águas é vista diariamente por vários turistas (Foto: Júnior Freitas/G1)

Encontro das águas é vista diariamente por vários turistas (Foto: Júnior Freitas/G1)
 
 
 
 
“O turismo é algo que envolve várias esferas da cidade, isso porque tanto o incentivo do poder público quanto o deslocamento devem ser facilitados ao serviço de hotelaria e também ao comércio local. Esses pontos citados acabam muitas vezes afetando a opinião do turista que vem conhecer nossa região”, diz o professor universitário.
 
 
 
 
Ponto de encontro é na fronteira com a Bolívia (Foto: Google Maps/Reprodução)
 
Ponto de encontro é na fronteira com a Bolívia (Foto: Google Maps/Reprodução)