FOLHA DO MEIO

HÁ 28 ANOS

1 de agosto de 2017

1989 – 2017

 

 

 
JOSÉ APARECIDO DE OLIVEIRA
“CULTURA DEVE LUTAR PELO MEIO AMBIENTE”
 
Para o Ministro da Cultura, José Aparecido de Oliveira, é da maior importância que o Ministério e as Secretarias de Cultura de todos os Estados assumam também a responsabilidade das questões ambientais, inclusive da cultura indígena. Acrescentou José Aparecido: "Todos devem estar atentos aos problemas ambientais, porque as diferentes culturas são, em grande parte, reflexo do ambiente em que se desenvolvem".
"Não é possível ocultar o aspecto anticultural da depredação da natureza, quando temos queimadas criminosas, rios poluídos, fauna dizimada e a flora exposta a procedimentos verdadeiramente criminosos. A modificação constante da paisagem natural, sendo substituída pelo avanço tecnológico desequilibrado, tem produzido graves desastres ecológicos", lembrou José Aparecido de Oliveira.
 
 
PAULO NOGUEIRA QUER FUNDO GERENCIADO PELA ONU
 
Criar um fundo internacional, constituído por parte da dívida externa, com recursos da ordem de 1 a 2 bilhões de dólares por ano, gerenciado pela ONU, foi a proposta apresentada por Paulo Nogueira Neto, professor da USP e primeiro Secretário Nacional do Meio Ambiente. Para Paulo Nogueira Neto, esse é o caminho mais rápido para se obter divisas para atacar os problemas ambientais do mundo.
 
Esse fundo integraria os países desenvolvidos e em desenvolvimento, com quotas distintas, onde os juros seriam utilizados para fins ambientais, saúde e educação.
 
"O mundo precisa de idéias práticas que não onerem apenas um lado, enquanto um outro lado se beneficia", argumenta Paulo Nogueira Neto e acrescenta: "A Amazônia é o caso mais urgente, tanto para o Brasil, quanto para o mundo". Para a região norte, o ambientalista e professor da USP entende que o Brasil deve trabalhar em três frentes prioritárias: a primeira é o ordenamento territorial ou zooneamento ecológico econômico. O segundo diz respeito à ocupação da área, levando em conta a experiência frustrada. E o terceiro, é um estudo dos impactos climáticos, já que as mudanças neste setor podem ser bastante rápidas.
 
 
MEA-CULPA DA PETROBRAS
 
Para o cientista Paulo de Tarso Alvin, "num país em desenvolvimento como o nosso, não vejo necessidade de pedir dinheiro emprestado para a preservação. É preciso, isso sim, negociar a dívida conseguindo ajuda para melhor utilização dos recursos naturais, através do incentivo à pesquisa e do avanço da tecnologia".
 
Philip Fearnside, pesquisador do INPA, condenou o mau uso do solo amazônico, com desgaste sem controle de recursos naturais e a implantação de projetos agropecuários e construção de obras faraônicas sem nenhuma projeção para o alto custo ambiental.
 
Nélio Paes de Barros, da Divisão de Engenharia e Segurança em Meio Ambiente da Petrobrás, fez um "mea-culpa" da sua empresa, afirmando que nas primeiras prospecções em solo amazônico "não cuidamos do meio ambiente como deveria". Mas acabou revelando que pelo menos no campo das intenções já existe, na Petrobrás, projetos visando um melhor gerenciamento dos recursos naturais.