Rio Doce
Pesquisadores realizam a sexta expedição na foz do Rio Doce
29 de setembro de 2017Equipes da UFES, UERJ e FURG realizam coletas na Foz do rio Doce, nas UCs federais marinhas do ES e no Parque Nacional de Abrolhos
A foz do rio Doce na cidade capixaba de Regência.
Novo mutirão para avaliar as condições das águas do Rio Doce. Pesquisadores das universidades federais do Espírito Santo (UFES), do Rio Grande (FURG) e do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) voltaram ao mar da foz do Rio Doce, no final de setembro, para dar continuidade ao monitoramento dos impactos da pluma de sedimentos. O objetivo foi monitorar tanto a foz do rio Doce, como das UCs federais marinhas do ES – APA Costa das Algas e RVS de Santa Cruz. Nos dias 29 e 30 de setembro a equipe se deslocou para coletas no Parque Nacional Marinho de Abrolhos, na Bahia.
Como na última expedição, realizada em dezembro de 2016, as coletas na foz do Rio Doce se darão a bordo do navio de pesquisas Abaeté, contratado pela Fundação Renova – instituição autônoma e independente constituída para reparar os danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, de propriedade da Samarco Mineração S.A., localizada em Mariana (MG). Em Abrolhos, as coletas foram realizadas a bordo da embarcação Scuba, contratado pelo ICMBio, por meio do FUNBIO/Projeto GEF Mar.
OBJETIVOS
Entre os objetivos desta expedição estão verificar como está o comportamento da pluma de sedimentos nas áreas a serem monitoradas – rio Doce, APA Costa das Algas, RVS de Santa Cruz e Parna de Abrolhos. “Novamente foram coletadas amostras de água, sedimento e organismos vivos, como peixes, camarões e plâncton”, explicou o analista ambiental do Tamar/ICMBio, Nilamon de Oliveira Leite Júnior.
Para o professor e pesquisador do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade Federal do Rio Grande (FURG), Adalto Bianchini, fazer uma coleta nessa época do ano (final de inverno) é muito importante, considerando que existem mais frentes frias e diferentes condições oceanográficas, que remobilizam os sedimentos e vão revelar novas informações sobre o comportamento da pluma de sedimentos e seu impacto sobre os organismos.
Pesquisadores de três universidades monitoram pela sexta vez as aguas do rio Doce
HISTÓRICO DAS SEIS EXPEDIÇÕES
O navio hidroceanográfico “Vital de Oliveira” chegou à foz do Rio Doce, em Linhares, para auxiliar o trabalho de inspeção Naval da Marinha quanto aos efeitos da lama da Samarco no ecossistema aquático da região.
1. A primeira expedição foi feita a bordo do navio Vital de Oliveira, da Marinha, entre os dias 26 de novembro e 2 de dezembro de 2015, cinco dias após a lama chegar ao mar de Regência (ES).
2. A segunda expedição foi realizada pelo navio Soloncy Moura, do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), no período de 27 de janeiro a 2 de fevereiro de 2016.
3. Entre os dias 15 de fevereiro e 19 de fevereiro foi realizada a terceira expedição, a bordo do navio Antares, da Marinha, somente com a equipe da Ufes.
4. A quarta expedição também foi realizada pelo navio Soloncy Moura, no período de 19 a 30 de abril.
5. A quinta expedição foi realizada a bordo da embarcação Abaeté, custeada pela Fundação Renova, no dia 6 de dezembro de 2016.
6. Esta foi a sexta expedição. Ela percorre os mesmos pontos das expedições anteriores, conforme plano de trabalho feito em conjunto com os órgãos ambientais, ICMBIO, IEMA e IBAMA no âmbito da CTBIO-Câmara Técnica de Biodiversidade, que coordena as cláusulas de monitoramento do TTAC-Termo de Ajuste do Conduta.
PESCA CONTINUA PROIBIDA
A pesca na região da foz do Rio Doce continua proibida. A área de proibição se estende desde Degredo, em Linhares, até Barra do Riacho, em Aracruz, limitando-se à profundidade de 20 metros e aguardando novos estudos e pareceres para possível liberação.