Piscicultura

Piscicultura

4 de dezembro de 2017

IAP e AGUASPARANÁ realizam 1º Fórum de Piscicultura no noroeste do Paraná

 

 

As palestras foram ministradas pelo engenheiro de pesca Robert Gordon Hickson, o professor e doutor da Universidade Estadual de Maringá, Luiz Alexandre Filho, zootecnista e diretor da Copices (empresa frigorífica do setor, do município de Toledo), Sidney Godinho, o produtor de alevinos, Werner Rekowsky.
 
 
 
 
O Paraná é um dos maiores produtores de peixes do Brasil. Atualmente, de acordo com o Anuário Estatístico da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), o Paraná ocupa a primeira posição no ranking nacional com a produção de aproximadamente 93.600 toneladas de peixes cultivados, em 2016. Um crescimento de 17% na produção em comparação com o ano anterior, quando a produção foi de 80 mil toneladas. Em boa hora, o  Instituto Ambiental do Paraná (IAP) e o Instituto das Águas do Paraná realizaram o 1º Fórum de Piscicultura do Noroeste do Estado do Paraná, em Querência do Norte. Finalidade: promover a expansão sustentável da atividade na região.
 
O Fórum deu oportunidade aos interessados em ingressar no ramo da piscicultura de receber assistências técnicas de servidores dos institutos. Os participantes do encontro puderam acompanhar palestras sobre produção e propagação de peixes.
 
Ministraram as palestras o engenheiro de pesca Robert Gordon Hickson, o professor e doutor da Universidade Estadual de Maringá, Luiz Alexandre Filho, zootecnista e diretor da Copices (empresa frigorífica do setor, do município de Toledo), Sidney Godinho, o produtor de alevinos, Werner Rekowsky.
 
 
COMO COMEÇAR UM CRIADOURO
 
Para o chefe do Escritório Regional do IAP de Paranavaí, Mauro Braga o fórum "foi de grande importância para os que já são criadores e aqueles que querem começar um criadouro. Explicamos as fases dos licenciamentos e dando a legalidade para os criadores para assim evitar que eles sejam multados, além das outras palestras e orientações da atividade".
 
O secretário estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Paraná, Antonio Carlos Bonetti, também esteve presente no evento. Para ele, “essa foi mais uma oportunidade para discutir a expansão de atividade que pode trazer benefícios econômicos e sociais para o estado, através da produção sustentável, compromissada com a preservação do meio ambiente, lembrando que sem as florestas, matas ciliares, sem a preservação das nascentes, enfim, sem o devido cuidado com as questões ambientais, a disponibilidade de água, recurso indispensável para a produção de peixes, estaria comprometida”.
 
 
 

 

 
 
PISCICULTURA – O Paraná é um dos maiores produtores de peixes do Brasil. Atualmente, de acordo com o Anuário Estatístico da Associação Brasileira de Piscicultura (Peixe BR), o Paraná ocupa a primeira posição no ranking nacional com a produção de aproximadamente 93.600 toneladas de peixes cultivados, em 2016. Um crescimento de 17% na produção em comparação com o ano anterior, quando a produção foi de 80 mil toneladas.
 
Para ampliar a produção do setor e atender a demanda dos piscicultores, o IAP se tornou referência nacional no licenciamento ambiental da atividade. Desde 2011, o órgão já emitiu mais de 2 mil licenças ambientais para a atividade em todas as regiões do Estado.
 
Também como forma de incentivo à atividade, o governador Beto Richa assinou em 2014 uma resolução da Secretaria de Estado do Meio Ambiente para dispensar do licenciamento ambiental espaços de criação de peixes com até 20 mil metros quadrados. Até então, eram liberados documentos de tanques escavados de até 10 mil metros quadrados.
 
A piscicultura não compreende apenas a criação de peixe, mas também de frutos do mar, moluscos e plantas aquáticas, o que permite ao criador trabalhar com um leque amplo de produtos e, consequentemente, tenha mais lucros. A criação desses animais é feita de maneira controlada, com o uso de ferramentas e substâncias específicas, além de um acompanhamento periódico para estimular o crescimento saudável dos peixes.
 
 
 
DICAS DA EMBRAPA PARA CRIAÇÃO DE PEIXES
 

 

As recomendações aos produtores e técnicos estão disponíveis na publicação “Influência do Clima, Fenômenos e Mudanças Climáticas no Manejo da Piscicultura”, elaborada por Tarcila com os colegas Luís Antônio Kioshi Aoki Inoue e Carlos Ricardo Fietz, pesquisadores da Embrapa. Nesse trabalho, os especialistas explicam a influência do clima no desempenho e na sanidade dos peixes e apresentam ações para diminuir perdas na piscicultura, confira algumas dicas.

 
 
 
 
1 – EVITE O AUMENTO DE DOENÇAS – Com a chegada do inverno, o aumento das doenças ocorre com maior intensidade em viveiros nos quais os peixes recebem mais alimentos do que o necessário durante o verão, prejudicando a qualidade ambiental. “Os peixes sofrem pela progressiva queda de qualidade de água no verão. Com a chegada do frio e as amplas variações de temperatura, começam os surtos de doenças e mortes”, diz o pesquisador Luís Antônio Inoue. Assim, manter a densidade de peixes adequada é uma das estratégias de manejo que podem contribuir com a redução dos prejuízos. “Essa densidade deve levar em consideração o tamanho do tanque e o suprimento de água e oxigênio”, afirma o especialista.
 
 
2 – CAPACITAÇÃO É FUNDAMENTAL – O manejo alimentar deve receber atenção para que se possa evitar as perdas. “As taxas de alimentação devem estar de acordo com as recomendações para a espécie criada e a temperatura da água. É fundamental que o tratador esteja capacitado para observar se os peixes estão consumindo o alimento fornecido, para evitar perdas e deterioração da qualidade da água por excesso de ração”, diz Inoue.   Outra estratégia importante de manejo destacada por Tarcila se refere ao monitoramento da qualidade da água e a utilização das boas práticas de manejo, com respeito contínuo aos limites recomendados de transparência, oxigênio dissolvido, pH, alcalinidade, dureza, amônia e nitrito. “Esses dados ajudam a garantir a qualidade do ambiente de criação”, afirma a pesquisadora.  
 
 
3 – A IMPORTÂNCIA DA PREVISÃO DO TEMPO – Além disso, as práticas de manejo devem ser planejadas com antecedência e a previsão do tempo é uma ferramenta importante de consulta. “Sugerimos que o arrasto de rede e o transporte, por exemplo, sejam realizados antes da chegada do frio; assim, os peixes não serão submetidos a mais fatores estressantes, além dos naturais resultantes do clima frio”, diz a pesquisadora.   “A adição de suplementos, como vitaminas (C e E), aminoácidos, pró-bióticos e pré-bióticos, antes de os animais passarem por condições estressantes, ajuda a aumentar a imunidade dos peixes”, informa Tarsila, ressaltando que a prática tem sido testada com êxito em muitos países. Esses suplementos devem ser misturados à ração comercial e fornecidos alguns dias antes de eventos críticos, como a chegada de uma frente fria. Ela acrescenta que a indicação de cada produto e seu modo de usar deve ser criteriosa e avaliada por um técnico.  
 
 
4 – CUIDADO COM A TEMPERATURA DA ÁGUA – Um produtor experiente explica que “A mudança da temperatura da água influencia diretamente o comportamento dos peixes, especialmente em relação aos hábitos de alimentação. “Quando a temperatura fica abaixo de 20ºC, os peixes comem menos, por isso reduzo a quantidade de ração para evitar problemas futuros”.   Antes de o inverno chegar, sempre que possível, é bom enviar alguns lotes para o frigorífico. Outra prática adotada é reunir no mesmo tanque os peixes com mais de 200 gramas. “Depois do inverno, quando começa a esquentar novamente, os peixes demoram um pouco mais para crescer, e o desenvolvimento deles é mais lento”. Outro cuidado adotado pelo piscicultor é evitar manejar os peixes durante o inverno. “Nessa época, a água está muito gelada e os peixes ficam mais sensíveis ao manejo. Além disso, a água fria também dificulta o trabalho. É bom evitar mudar os peixes de tanque durante o inverno”.