Cidade do Cabo

A Cidade do Cabo é um alerta para Brasília

19 de janeiro de 2018

No dia 21 de abril vai acabar toda a água da Cidade do Cabo

 
 
 
A Cidade do Cabo, capital legislativa da África do Sul e terceira mais populosa do país, tem mais ou menos a população da região metropolitana do Distrito Federal: 4 milhões de habitantes. Com uma vantagem: é uma cidade à beira mar. Pois, como Brasília, a cidade do Cabo sofre uma terrível crise hídrica e ficará completamente sem água no dia 21 de abril de 2018. A metrópole sul africana como a capital brasileira encara a maior seca de sua história.
 
 
 
FALTA DE PLANEJAMENTO – Tanto na cidade do Cabo como em Brasília faltou planejamento a longo prazo.  Hoje, as autoridades sul-africanas recomendam que cada pessoa utilize menos de 87 litros de água por dia. Porém, apenas 39% segue a indicação. Assim que os reservatórios ficarem abaixo de 10%, será tecnicamente impossível retirar qualquer quantidade de água das represas. Só agora o governo está implementando obras que estavam paradas. No Cabo, a construção de usinas de dessalinização de água do mar. Em Brasília, retomando as obras de captação de água da barragem de Corumbá 4.

 

(V-art/iStock)

 

 

 

A Cidade do Cabo, uma das três capitais da África do Sul, ficará completamente sem água em três meses. A metrópole de quatro milhões de habitantes encara a maior seca de sua história: ao longo de todo o ano de 2016, registrou apenas 200 milímetros de precipitação (para fins de comparação, São Paulo, só no mês de janeiro, registra em média 237 milímetros). Um site criado especialmente para acompanhar a situação das represas indica que hoje (16), o nível está em 28,7%. Apenas 39% dos cidadãos estão seguindo a recomendação das autoridades e usando menos de 87 litros por dia.

 
Segundo a revista Time, quando os reservatórios atingirem 13,5% da capacidade, em 21 de abril, o fornecimento de água será limitado a hospitais e outros serviços essenciais. As torneiras vão secar, e a prefeitura, com ajuda das forças armadas, passará a fornecer 25 litros diários a cada cidadão – que poderão ser retirados em 200 pontos espalhados pela cidade. Com as represas abaixo dos 10%, se torna tecnicamente impossível retirar qualquer quantidade de água das represas.
 
A Universidade da Cidade do Cabo afirma que a responsabilidade de coletar o líquido, após o início do racionamento, será toda dos cidadãos, e ainda não há um meio de garantir que idosos, pessoas com deficiência e outros grupos vulneráveis tenham acesso a suas cotas diárias de água – ONGs e o governo federal foram chamados para colaborar com esses esforços. Considerando os 2,4 mil quilômetros quadrados de extensão da capital, é provável que pessoas de menor renda, que não têm automóveis particulares e vivem em regiões distantes, também não consigam levar os galões até suas casas.
 
 
 
 
Os residentes enchem garrafas de água e recipientes em uma fonte de água natural em Cape Town, África do Sul, em 13 de novembro de 2017. Fotógrafo: Waldo Swiegers / Bloomberg
 
 
 
 
 
Uma torneira comunitária no município de Imizamo Yethu, fora da Cidade do Cabo, África do Sul, em 13 de novembro de 2017. Fotógrafo: Waldo Swiegers / Bloomberg
 
 
 
by John Viljoen
 
 
As autoridades da cidade sul-africana atingida pela seca da Cidade do Cabo disseram aos residentes que é "agora provável" que o abastecimento de água seja cortado por causa da diminuição dos níveis em barragens que servem a segunda maior metrópole do país.
 
A Cidade do Cabo vai impor restrições de água mais rigorosas a partir de 1 de fevereiro, limitando cada residente a 50 litros (13 galões) por dia, em comparação com 85 litros agora, disse em um comunicado quinta-feira. As autoridades disseram no início desta semana que atualmente estimam "Day Zero", a data em que a cidade estima que terá que cortar suprimentos para os consumidores, a ser 21 de abril.
 
A cidade "alcançou um ponto de não retorno", com cerca de 60% dos moradores que não conseguiram atender as vigas existentes sobre o uso de água, disse. O novo limite estará em vigor há 150 dias e depois será revisado. Principais barragens na província do Cabo Ocidental que fornecem a cidade caíram para 28,7 por cento da capacidade, em comparação com 43 por cento no ano anterior e 93 por cento em 2014, figura no site da cidade.