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Brasil regulamenta redução de gás que destrói camada de ozônio

16 de fevereiro de 2018

Medida que prevê redução de 39% para HCFCs foi publicada no Diário Oficial nesta sexta-feira (16). Regulamentação é resposta ao Protocolo de Montreal, assinado em 1990.

 

 

Representação da camada de ozônio,  região protege a Terra dos raios ultravioleta do Sol, que podem causar câncer de pele.  (Foto: AP )

Representação da camada de ozônio, região protege a Terra dos raios ultravioleta do Sol, que podem causar câncer de pele. (Foto: AP )
 
 
 
 
O IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) estabeleceu que empresas reduzam em 39,30% a importação de produtos com gases que contribuem para a destruição da camada de ozônio.
 
A medida, publicada no Diário Oficial da União nesta sexta-feira (16), será válida a partir de janeiro de 2020. Para o ano de 2018 e 2019, ficam válidas as reduções de 16,60%, já estabelecidas anteriormente.
 
A regulamentação também estabelece que, em 2021, a importação seja reduzida em 51,6%.
 
As reduções recaem sobre importações de hidroclorofluorcarbonos (HCFC), grupo de substâncias que podem destruir moléculas da camada de ozônio na estratosfera.
 
Esses gases são usados para expandir espumas de cadeiras, sofás e colchões. Eles também são conhecidos como refrigeradores e são utilizados em geladeiras e aparelhos de ar condicionado.
 
 
 
Em 2016, o ecretário de estado americano, John Kerry, discursou em encontro em Ruand. Nele, países assinaram acordo que visa à eliminação progressiva dos hidrofluorocarbonos (HFC)  (Foto: AP )
 
Em 2016, o ecretário de estado americano, John Kerry, discursou em encontro em Ruand. Nele, países assinaram acordo que visa à eliminação progressiva dos hidrofluorocarbonos (HFC) (Foto: AP )
 
 
 
 
O Protocolo de Montreal e as metas brasileiras
 
O país tem um programa para eliminação do HCFC, que foi estabelecido em 2012 e também é signatário do Protocolo de Montreal, tratado internacional que entrou em vigor em 1989, mas foi assinado pelo país em 1990.
 
Atualmente, 197 países ratificam o protocolo e se comprometeram a reduzir a emissão de gases que destroem a camada de ozônio até sua completa eliminação.
 
Quando foi idealizado, a principal meta do tratado era um programa de eliminação dos CFCs (clorofluorcarbonos), considerados mais nocivos à camada de ozônio.

 

 

A Camada de Ozônio
 
A camada de ozônio é um dos níveis que compõem a atmosfera terrestre
 
Ela é assim chamada porque é formada pelo ozônio, gás que contém três moléculas de oxigênio
 
A camada absorve parte da radiação do Sol, principalmente os raios UVB, impedindo que eles cheguem à Terra e contribuindo para que doenças como o câncer de pele sejam evitadas
 
Quando substâncias como o cloro e o bromo entram em contato com o ozônio, eles destroem a molécula
 
Um único átomo de cloro pode destruir mais de 100.000 moléculas de ozônio
 
 
Fonte: EPA (United States Environmental Protection Agency)
 
 
 
 
Segundo o Ministério do Meio Ambiente, o Brasil extinguiu o uso de CFCs em 2010.
 
Agora, a meta é que os HCFC, menos nocivos, mas que também contribuem para a destruição da camada, sejam eliminados até 2040.
 
OS HCFC surgiram para substituir o uso do CFC mas, com o tempo, também foram considerados nocivos – principalmente para o clima, já que também, contribuem para o aumento da temperatura média do planeta.
 
Com isso, uma convenção em Kigali (capital da Ruanda) estabeleceu em 2016 acordo que visou à eliminação progressiva dos hidrofluorocarbonos (HCFC). O acordo introduziu uma emenda ao Protocolo de Montreal.